São Paulo, terça-feira, 29 de novembro de 1994
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Mulher de executivo assassinado há uma semana presta depoimento

DA SUCURSAL DO RIO

Luciana Isabel Silveira Freire, 56, apresentou-se para depor ontem na 13ª Delegacia Policial, em Copacabana, zona sul do Rio, sobre o assassinato do seu marido, Rogério Dantas Freire, 64, vice-presidente da Bradesco Seguros, ocorrido há uma semana.
Os advogados de Luciana Isabel defendem a tese de falta de motivação da viúva para cometer o crime. "Estou aqui como assistente da acusação", disse o advogado Márcio Thomaz Bastos.
A polícia desconfia da viúva porque sua empregada Idalina de Jesus disse ter visto Luciana Isabel fechando a porta logo após a saída do possível assassino no dia 21.
O delegado-adjunto, Vinicius George, disse que o depoimento não mudou a linha de investigação. Segundo ele, os depoimentos de Luciana Isabel e de seu filho Rogério Junior são "coerentes" entre si. "Por enquanto ela continua como testemunha", disse.
Uma das poucas contradições, segundo a Folha apurou, foi que Rogério teria dito que a chave do apartamento teria sumido pouco antes do crime. Luciana Isabel disse que Freire tinha perdido a chave e depois achado.
Segundo o advogado Albino José da Silva, que trabalha no caso com Bastos, Luciana Isabel e Freire estavam separados consensualmente há cinco anos.
Silva disse que no divórcio Luciana Isabel seria beneficiada com a posse do apartamento de três quartos em Ipanema e uma casa em Cachoeiro do Macacu (RJ), além de uma pensão alimentícia.
Bastos disse que os dois sabiam dos respectivos relacionamentos extra-conjugais. Ele disse ainda que os três filhos do casal também sabiam desses relacionamentos. Luciana Isabel namorava um homem conhecido por Valter "Vermelho", por ser ruivo, um pedreiro de Cachoeiros de Macacu, e Freire namorava uma mulher conhecida por Márcia, 30, ex-funcionária do Bradesco.
Em seu depoimento, Luciana Isabel disse ter visto dois vultos, mas que, ao fechar a porta do apartamento, só viu um homem negro, de estatura mediana, forte e cabelo curto deixando o apartamento e a porta do elevador entreaberta (o que pressupõe a presença de outra pessoa).
Luciana Isabel disse não ter condições de reconhecê-lo. Ela disse ter acordado ao ouvir o tiro, visto dois vultos saindo do apartamento, corrido para a cozinha e batido a porta.

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