São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 1994 |
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Gigante argentino da cerveja vem ao país
NELSON BLECHER
O presidente argentino, Carlos Menen, participou da inauguração da fábrica brasileira naquele país. Menen justificou a entrada de capital brasileiro na Argentina dizendo que há condições de estabilidade econômica e de credibilidade. "O Brasil nos interessa e estamos preparando uma forma inteligente e prudente de ingressar nesse importante mercado, seja através de aquisição ou de montagem de uma fábrica própria", revelou à Folha Norberto Morita, principal executivo da Quinsa. Informado dos planos do concorrente portenho, o presidente do Banco Garantia (controlador da Brahma), empresário Jorge Paulo Lemann, reagiu com um sorriso. A Quinsa é uma potência no ramo cervejeiro. Faturou US$ 750 milhões em 1993. Operada na bolsa de Luxemburgo, sob controle da família Bemberg, a empresa tem na marca Quilmes sua estrela de venda, seguida das marcas Liberty, Palermo e Andes. Também domina os mercados paraguaio (Pilsen) e uruguaio e opera também no Chile. Será, portanto, a arqui-rival dos planos da Brahma de expandir-se no continente. "Estamos nos preparando há seis anos para essa competição", disse o diretor Morita, ao se referir à entrada no mercado argentino da brasileira Brahma e da alemâ Isenbeck, que acaba de se instalar no país. Disposta a repetir na Argentina o duelo que mantém com a Antarctica no Brasil, a Brahma vai investir US$ 7 milhões em publicidade para tentar conquistar, em um ano, 10% do mercado argentino e promover as vendas de 150 milhões de litros da marca Brahma Chopp. A companhia afirma deter 5% do mercado no país e 13% na região de Buenos Aires. O faturamento previsto para 95 é estimado em US$ 35 milhões. A Brahma é uma das 320 empresas brasileiras que este ano investiram US$ 600 milhões na Argentina. Segundo Marcel Herrmann Telles, presidente da Brahma, a companhia, que em janeiro passado assumiu o controle da Cervejaria Nacional, de Caracas, analisa outros mercados latino-americanos. Ele sugere que, depois da Argentina e da Venezuela, Colombia, Equador e Peru são os mais fortes. A cada novo mercado que ingressar, a Brahma comercializará sua marca principal. "A razão disso é que os ganhos de escala são enormes", afirmou. O jornalista NELSON BLECHER viajou a convite da Brahma. Texto Anterior: DNC e tanqueiros reabrem as negociações sobre reajuste do frete Próximo Texto: Diminui exigência para importar máquinas Índice |
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