São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994 |
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Odebrecht pagou 42% da campanha do PT
CLÁUDIA TREVISAN
A CBPO também foi a maior doadora de recursos para o candidato do PMDB ao governo, Barros Munhoz, com R$ 585 mil. Para o pedetista Francisco Rossi, a empresa destinou R$ 215 mil. A Construtora Camargo Corrêa foi outra grande financiadora da campanha eleitoral em São Paulo. Ela destinou R$ 544,6 mil a Munhoz e R$ 545 mil a Rossi. Esses dados foram divulgados pelo TRE. Até as 18h de ontem, os nomes dos financiadores da campanha do governador eleito, Mário Covas (PSDB), ainda não tinham sido apresentados. A Andrade Gutierrez doou com R$ 450 mil reais para Barros Munhoz e R$ 90,5 mil para Dirceu. Campanha mais cara A campanha mais cara do Estado foi a de Mário Covas, que gastou R$ 10.147.658,56. O valor supera o que foi gasto nas campanhas presidenciais de Orestes Quércia (PMDB) –R$ 9,66 milhões– e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) –R$ 4,2 milhões. Fernando Henrique Cardoso gastou para se eleger R$ 32,14 milhões. Rossi, que disputou o segundo turno com Covas, declarou ter gasto R$ 1.960.881,27, valor semelhante ao despendido por José Serra (PSDB) para obter uma das vagas no Senado: R$ 1.894.131,49. Conforme a prestação de contas dos partidos ao TRE, Dirceu é o único candidato que gastou mais do que arrecadou. Ele despendeu R$ 1.314.943,54, contra uma receita de R$ 1.125.824,45. Barros Munhoz fez a segunda campanha mais cara: R$ 3.704.852,27. O senador eleito Romeu Tuma (PL), que apoiou Munhoz, gastou R$ 1.834.078,97. O candidato da coligação PP-PPR, Luiz Antônio de Medeiros, declarou ter gasto R$ 398.180,33. A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) destinou R$ 40 mil à sua campanha. Medeiros foi um dos defensores do processo de privatização da empresa. Os maiores doadores da campanha do PP foram a Ticket Serviços e Comércio Ltda., Voith S.A. Máquinas e Equipamentos e o banco Bamerindus, que destinaram R$ 50 mil reais cada à campanha. Odebrecht Ontem, a Construtora Norberto Odebrecht divulgou nota oficial sobre a contribuição financeira feita pela empresa às campanhas eleitorais. Leia a seguir a íntegra da nota: "A Odebrecht, no exercício do seu direito legal, confirma que contribuiu para a campanha de diversos partidos políticos, incluindo o PT, como um serviço à democracia. Quanto foi destinado por cada partido aos seus candidatos, é uma decisão interna de cada um. A imprensa pode ter acesso a essa informação através das respectivas prestações de conta ao Tribunal Superior Eleitoral ou por cada um dos partidos beneficiados. A Odebrechet reserva-se o direito de não revelar os valores doados porque considera que a informação cabe aos partidos beneficiados, se desejarem fazê-lo." Texto Anterior: Senado tenta manobra para salvar Lucena Próximo Texto: Doação de empreiteiras gera crise no PT em SP Índice |
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