São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994
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Confronto marca primeiro dia do congresso de jornalismo no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

O confronto entre duas concepções opostas de jornalismo marcou ontem no Rio o primeiro dia do 2º Congresso Internacional do Jornalismo de Língua Portuguesa.
O jornalista brasileiro Alberto Dines, do Observatório de Imprensa de Lisboa, moderador do painel "A qualidade na era do descartável: jornalismo, mercado e tecnologia", criticou o que chamou de "hibridização" dos jornais.
Segundo Dines, práticas de marketing como o desconto no preço dos jornais e a oferta de brindes "contribuem para desqualificar e tornar descartáveis os veículos impressos".
O diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, defendeu as fórmulas "híbridas" dos jornais para conquistar novos leitores e adquirir competitividade.
Otavio Frias Filho criticou o "imobilismo" dos que defendem o retorno dos jornais ao tradicionalismo. Segundo ele, isso seria "renunciar à possibilidade de os jornais crescerem ou sobreviverem em um mundo cada vez mais competitivo em linguagem de comunicação".
Dines e os jornalistas portugueses Vicente Jorge Silva e Nuno Vitorino, do diário "O Público", criticaram a tendência de os jornais dividirem seu produto em cadernos temáticos.
Para Silva, "essa fragmentação desintegra os jornais e tira sua noção de sequência, de conexão entre os assuntos", aproximando-os da linguagem televisiva.
Frias Filho citou o aumento das vendas da Folha ao sustentar que os jornais precisam conciliar o atendimento ao leitor tradicional com a necessidade de ampliar o público.
O dono da SIC, maior rede privada de TV de Portugal, Francisco Pinto Balsemão, sócio do empresário Roberto Marinho, disse que a estabilização econômica do Brasil deve atrair investidores portugueses na área de comunicação.

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