São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994 |
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Exército enfrenta oposição para sair do Rio
FERNANDO RODRIGUES
Os militares consideram já ter cumprido a missão para a qual foram designados: tornar visível a presença do Estado no Rio. Fazer mais seria tarefa de longo prazo para o Estado, segundo o Exército. O Comando Militar do Leste (CML), onde está o QG da Operação Rio, recebeu sinais do governador eleito do Rio, Marcello Alencar, sobre como poderia ser realizado o fim das ações. A idéia é tentar prorrogar a participação do Exército para, pelo menos, até o final de janeiro. Nesse período, os militares atuariam menos, só em operações específicas. A maior parte das ações seria com efetivos das polícias estaduais (Militar e Civil) e Federal. A seguir, as posições das várias instituições envolvidas ou partes interessadas na Operação Rio: Forças Armadas - Basicamente, os militares acham que permanecer no Rio depois do dia 30 resultará em um desgaste para as tropas e para a imagem da instituição. Governo eleito do Rio - Marcello Alencar não quer assumir com a criminalidade em alta. Acha que a presença do Exército, mesmo em menor número, seria positiva –ainda que o efeito seja mais psicológico do que prático. Até que as polícias estaduais possam ser reforçadas e reaparelhadas. Governo federal eleito - Fernando Henrique Cardoso ainda não demonstrou o que fará. Mas tampouco descartou a prorrogação. O sinal de FHC virá quando nomear o seu ministro do Exército. OAB - A Ordem dos Advogados do Brasil não tem posição definida. Para o presidente do órgão, José Roberto Batochio, o "ideal seria as Forças Armadas retornarem aos quartéis", mas é "fundamental acabar com a prevalência do crime" no Rio. Igreja - O cardeal-arcebispo do Rio, d. Eugênio Salles, apóia a ação do Exército. Mas prefere não dizer se é a favor da prorrogação. Viva Rio - Entidade civil que prega o fim da violência urbana, o Viva Rio é a favor da prorrogação. O presidente da entidade, Rubem Cesar Fernandes, fez o pedido oficialmente a FHC anteontem. População do Rio - Pesquisa Datafolha realizada no Rio no dia 24 de novembro mostrou que 89% da população local é favorável a uma prorrogação do convênio. Tribunal de Justiça do Rio – O presidente do TJ, Antônio Carlos Amorin, é um dos maiores defensores da ação do Exército. Ainda não se pronunciou explicitamente sobre a prorrogação. 100 favelas O comando da Operação Rio pretende manter uma média de 50 favelas patrulhadas por quinzena este mês. Ao todo, cem morros devem receber patrulhamento ostensivo até o final do ano. Texto Anterior: Futuros governadores de Estados da Amazônia se reúnem e pedem verba Próximo Texto: Polícia liberta seis reféns em Quintino Índice |
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