São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994 |
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Anistia pede posição 'clara' a favor dos direitos humanos
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Mas o diretor-executivo da seção norte-americana da Anistia, William Schulz, acha difícil que seu apelo seja atendido. Ele afirma que os direitos humanos são desrespeitados nas nações do hemisfério e, apesar disso, o tema vai ser "praticamente ignorado" na cúpula, que começa na semana que vem em Miami. Schulz denunciou o que chamou de "os três mais perigosos mitos em circulação na discussão pública contemporânea" e que serão sustentados pela Cúpula das Américas. Os "mitos" são: a democracia garante automaticamente o respeito aos direitos humanos, o livre comércio traz inevitavelmente consigo melhorias ao respeito aos direitos humanos e violadores dos direitos humanos nem sempre precisam ser processados. "O Brasil é uma democracia e mesmo assim crianças de rua, homossexuais e prostitutas são regularmente detidos e depois desaparecem como parte da 'limpeza social' feita pelo governo dos assim chamados indesejáveis". Schulz também divulgou o relatório "Direitos Humanos nas Américas: Foco na Impunidade", que foi enviado aos 34 chefes de governo que estarão presentes à Cúpula em Miami. O Brasil aparece em diversos capítulos do relatório entre os países em que ocorrem práticas de violação aos direitos humanos como: desaparecimentos, execuções extra-judiciais, tortura, detenções arbitrárias, julgamentos irregulares, brutalidade policial, violências contra ativistas em favor dos direitos humanos e contra indígenas. Texto Anterior: Contra a maré Próximo Texto: Itamar muda os óculos e deixa mais solto seu topete Índice |
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