São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994
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Prefeitura de SP adia canalização de córregos

DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo adiou para 95 o início de obras em dez córregos e em uma galeria de águas pluviais. Essas obras estavam programadas para serem iniciadas neste ano.
Até o final de outubro, a dois meses do fim do ano, a prefeitura havia gasto apenas 68% das verbas para obras e serviços antienchentes previstas no orçamento de 94.
O orçamento –lei aprovada no final do ano passado– prevê gastos de R$ 201,4 milhões com essas obras e serviços (sem contar o Piscinão do Pacaembu). Até outubro, foram consumidos R$ 138,5 milhões dos recursos.
Entre as obras previstas e que não foram iniciadas em 94, as mais importantes são a canalização de dez córregos e o desassoreamento (limpeza) da galeria do Anhangabaú.
O orçamento destina R$ 47,7 milhões para essas obras, mas até meados de outubro nenhum centavo dessa verba havia sido gasto, segundo dados do Sistema de Execução Orçamentária (SEO), fornecidos à Folha pelo gabinete da vereadora Aldaíza Sposati (PT).
Entre essas obras estão a canalização dos córregos Guaraú (Freguesia do Ó), Inhumas (Mooca), Itaquera e Riacho dos Machados (São Mateus).
Parte das inundações e dos alagamentos provocados pelas chuvas, no início desta semana, poderiam ser evitados se a prefeitura tivesse executado essas obras.
A canalização dos dez córregos e o desassoreamento da galeria do Anhangabaú voltaram a ser previstas no orçamento do ano que vem.
Os dados do SEO mostram que a prefeitura também não conseguiu cumprir o que previu no orçamento com obras e serviços mais simples, mas importantes para evitar enchentes no verão.
Por exemplo, a limpeza e conservação de córregos e galerias consumiu apenas R$ 11,5 milhões (35%) dos R$ 32 milhões previstos na lei do orçamento.
Dados da Secretaria das Administrações Regionais indicam que parte dos córregos da cidade podem estar parcialmente entupidos por detritos.
Cerca de 600 km (40%) dos 1.500 km de córregos da cidade não haviam sido limpos até setembro, segundo a prefeitura.
Por outro lado, a prefeitura intensificou a limpeza das 311 mil bocas-de-lobo da cidade.
Até meados de outubro, esse serviço havia consumido R$ 45 milhões, quase três vezes mais do que estava previsto no orçamento –R$ 16,9 milhões.
Segundo a prefeitura, até setembro haviam sido feitas 576 mil limpezas em bocas-de-lobo. Ou seja: a maioria dos bueiros foi limpo mais de uma vez neste ano.

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