São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994
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Arranjo acústico preserva estilo

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

Em "Novena", Djavan optou por trabalhar com menos instrumentos. Havia o risco de seus elaborados arranjos saírem capengas. Isso não aconteceu. Seu medo de que fizesse arranjos sem graça é injustificado.
No mais, o disco novo de Djavan é igual àquele que passou. Seu estilo está lá. Nem que seja nas indefectíveis canções de amor ou no acento jazzístico de sua MPB caleidoscópica. Há quem adore, há quem ache xaroposo. Mas é harmonicamente elaborado, com melodia bem diversificada.
Nas 11 músicas, Djavan aproveita para mostrar seus talentos de violonista, cantor, compositor, arranjador e produtor. Não é pouco.
A banda que o acompanha é do primeiro time. A bateria fica a cargo de Carlos Bala, piano e teclados são tocados por Paulo Calazans, o baixo é dividido por Arthur Maia e Marcelo Mariano. Nos saxes e flautas está Marcelo Martins. E há espaço para a banda mostrar talento em vários solos.
O disco tenta dosar as baladas com músicas um pouco mais balançadas. Mas o resultado é melhor nas mais agitadas, como em "Sem Saber" ou em "Nas Ruas".
Uma grata surpresa é a vinheta "Sete Coqueiros", usada por Djavan para homenagear o frevista Nélson Ferreira –o músico que introduziu o frevo nas ruas em Recife e é desconhecido fora de Pernambuco.
Em "Novena", Djavan aproveita para empregar a família. Ele coloca os três filhos para trabalhar no disco.
O mais novo é o mais discreto. João, 17, toca bongô em "Sem Saber" e faz corinho em "Nas Ruas". Max, 21, deu a concepção de groove em "Nas Ruas", na qual toca violão. E Flavia Virginia, 22, escreveu a letra de "Avô", música em que divide os vocais com o pai.
Mas eles não fazem feio. Há pimpolhos bem menos talentosos ciscando em trabalho paterno... (LAR)

Disco: "Novena"
Autor: Djavan
Gravadora: Sony
Quanto: R$ 20 (o CD, em média)

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