São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994
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Tartari vence concurso nacional de sommeliers

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Associação Brasileira de Sommeliers realizou na última terça-feira, no Hotel Caesar Park do Rio de Janeiro, o 2º Concurso Nacional de Sommeliers.
Gianni Tartari, do restaurante carioca Enotria, foi o vencedor. Manuel Carlos Beato, do paulista Fasano, conquistou o segundo lugar. Ambos representarão o Brasil no concurso mundial que escolherá em maio de 95, no Japão, o melhor sommelier do mundo.
Chegaram também a final José Sebastião Figueiredo, do La Bicocca (São Paulo), Everaldo dos Santos, do Antiquarius (São Paulo) e Valmir Pereira, do Le Bec Fin (Rio de Janeiro).
Os candidatos passaram por uma prova prática, com as duas fases habituais deste tipo de concursos. Na primeira, deveriam degustar e descrever vários vinhos (um Beaujolais Blanc, um tinto português do Dão e um Cabernet Sauvignon nacional), respondendo as perguntas dos jurados.
Na segunda, dedicada ao serviço, eles tinham como tarefa assessorar a escolha dos vinhos de uma mesa que já tinha definido o seu menu.
Beato foi o melhor na degustação. Ele mostrou maior riqueza e precisão na descrição das amostras do que o resto dos participantes, o que indica um contato mais frequente e atento com a bebida (um ponto que deve ser melhorado pelo conjunto destes profissionais).
Tartari, em contrapartida, brilhou na segunda fase. Chegou à mesa com a naturalidade, ouviu atentamente os clientes, aconselhando-os de maneira curta e objetiva, porém elegante.
No momento da escolha recomendou um espumante Brut com as entradas (haddock marinado, salada de vieiras com aspargos e omelete de salmão). Sugeriu um Chardonnay com os primeiros pratos (risoto de alcachofras, creme de lagosta e ravioli com trufas pretas) e finalizou com um Bordeaux para acompanhar os pratos principais (costeletas de cordeiro com pimenta verde, filé mignon com funghi porcini e peito de pato com mango chutney)
Durante o serviço do espumante, mostrou absoluta intimidade com o ritual. Escolheu de maneira serena –e veloz– as taças corretas (vários dos candidatos levaram a mesa taças de formatos e alturas diferentes) e foi o único a abrir a garrafa sem estouros (evitando a perda brusca de gás e conservando assim as borbulhas do vinho).

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