São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994 |
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PMDB e PFL já disputam vaga de Lucena
RAQUEL ULHÔA EUMANO SILVA
A avaliação da cúpula do Congresso é que a crise criada com a cassação deve ser contornada nos próximos dias. O episódio somente deverá ter desdobramento se o TSE (Tribunal Superior eleitoral) cassar outros candidatos. Embora publicamente o PMDB ainda esteja reagindo contra a decisão, lideranças do partido consideram o fato consumado. Resta ao PMDB tentar garantir na Justiça que a vaga fique com o suplente de Lucena, Wellington Roberto (PMDB). O PFL interpreta que a vaga é do senador Raimundo Lira (PFL-PB), terceiro colocado na eleição de 3 de outubro. O PMDB vai apegar-se ao artigo 178 do código eleitoral. Esse artigo afirma que voto dado a um candidato a senador deve ser estendido ao seu suplente. Se a vaga de Lucena for ocupada por Lira, a bancada do PMDB passa de 22 para 21 senadores e a do PFL cresce de 19 para 20. O presidente do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC), disse que o partido não "abre mão" da vaga de Lucena se as tentativas de resgatar seu mandato fracassarem. Ao mesmo tempo em que a cúpula do Congresso quer evitar a continuação da crise, lideranças partidárias querem tentar reduzir os poderes da Justiça eleitoral na apreciação de cassações. A cassação de Lucena teve como base o abuso do poder econômico, caracterizado pela distribuição de 130 mil calendários impressos pela gráfica do Senado. Lucena não desistiu de lutar contra a decisão do STF. Diz nota sua divulgada à imprensa: "Estou examinando com os meus advogados outros aspectos jurídicos da matéria, para continuarmos a demanda judicial". Foi a primeira manifestação pública do senador após o julgamento do STF, na última quarta-feira. Na nota, Lucena manifesta sua "indignação e revolta". "Se o TSE cometeu um lamentável equívoco, o STF, amarrado à velharia processual do recurso extraordinário, não me julgou, pois não entrou no mérito da questão, por entender que não se tratava de matéria constitucional...", diz. O senador eleito Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) está organizando uma série de manifestações públicas em solidariedade a Lucena. Cunha Lima disse ontem que vai se reunir hoje, em sua casa, em Campina Grande, com prefeitos, deputados e lideranças políticas do interior da Paraíba para definir as estratégias das manifestações. Segundo ele, haverá passeatas e comícios na segunda-feira, em João Pessoa, e na terça-feira, em Campina Grande. Colaborou a Agência Folha, em João Pessoa Texto Anterior: Escritor sofre durante viagem Próximo Texto: Advogados não vêem saída Índice |
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