São Paulo, segunda-feira, 5 de dezembro de 1994
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Lixo de SP terá nova megaconcorrência

DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPR), pretende fazer nova megaconcorrência para coleta e varrição de lixo na cidade.
Trata-se de um negócio com orçamento de US$ 433,5 milhões para quatro anos e meio e é cobiçado por algumas das maiores empreiteiras do país.
A decisão só depende de pareceres jurídicos que fundamentem a anulação da licitação atualmente em disputa na Justiça e suspensa desde junho.
Criticada por empreiteiros novatos no ramo de limpeza pública, a megalicitação se tornou alvo de uma batalha judicial que alimentou pelo menos 12 processos na Justiça. A maioria desses processos contesta regras da concorrência que, supostamente, favoreceriam as empresas que já prestam serviços de limpeza à prefeitura.
Se a prefeitura decidir pela edição de nova concorrência para coleta e varrição de lixo, será a terceira tentativa em dois anos. A primeira licitação, no final de 92, também gerou disputa judicial e acabou sendo anulada.
A partir de dezembro de 92, a limpeza pública passou a ser feita através de contratos de emergência (sem licitação), cujos preços, em média, são 15% superiores aos fixados na concorrência de 93.
"Tudo indica que faremos uma nova licitação", disse o secretário de Vias Públicas e de Serviços e Obras, Reynaldo de Barros.
O secretário avalia que o lançamento de nova licitação seria o caminho mais rápido para a regularização jurídica dos contratos de coleta e varrição de lixo.
A prefeitura teme que a disputa judicial pela concorrência aberta em 93 continue por vários anos. A anulação poria fim aos processos que tramitam na Justiça.
Segundo Barros, a nova licitação deverá manter a mesma estrutura da lançada há um ano, que divide a cidade em sete áreas. Mas deverá sofrer modificações para evitar uma nova "guerra judicial".
A intenção de fazer nova concorrência foi comunicada aos conselheiros do Tribunal de Contas do Município, que aprovaram a idéia.
A concorrência de 93 foi acusada por empresários de favorecer as grandes empresas do setor.

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