São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994 |
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EUA colhem US$ 35 bi em milho e soja
BRUNO BLECHER
A estimativa de novembro do USDA, o departamento de agricultura norte-americano, avalia a produção de milho em 254 milhões de t nesta temporada, equivalentes a 8,5 vezes a colheita brasileira. A preços da Bolsa de Chicago, os americanos estão tirando da terra US$ 21,5 bilhões em milho. A soja, que também bateu recorde de produção (68,7 milhões de t), deve render mais US$ 13,6 bilhões. "Depois da tempestade vem a bonança", diz o fazendeiro David Bogue, de Beresford (Dakota do Sul), ao lembrar o fracasso da safra de 93, quando as águas do rio Mississipi invadiram boa parte das lavouras no Meio-Oeste. Bogue, que também cria suínos (2.400/ano) e cordeiros (4.000/ano), plantou 300 ha de soja e 300 ha de milho este ano. O milho rendeu quase 10 mil quilos/ha, acima da média americana, avaliada em 8.400 quilos/ha na atual safra. No Brasil, o rendimento médio não ultrapassa 3.000 quilos/ha. As lavouras de milho e soja ocuparam nesta temporada 53,604 milhões de ha nos EUA (536.048 km2), área maior do que a Espanha (504.782 km2). "Aqui é a cesta de pão do mundo", diz Mary Ann Nipp, fazendeira de Nebraska. Não é exagero. A colheita norte-americana corresponde, na safra 94/95, a 44% da produção mundial de milho. Mas do total colhido, 83% são consumidos no próprio país (ração animal e indústria de alimentos, principalmente) e apenas 17% exportados. Solos férteis e bem conservados, alta tecnologia e variedades superprodutivas colaboram para o sucesso da agricultura americana. Mas o verdadeiro combustível desta "indústria de grãos" ainda é o subsídio agrícola, que consome cerca de US$ 32 bilhões/ano dos cofres públicos. Protegido pela política agrícola, o produtor de grãos dos EUA nunca perde. Ganha para plantar e até para não plantar. Texto Anterior: Empresário goiano quer seleção natural no campo Próximo Texto: Jovens abandonam o trator Índice |
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