São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994
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PFL apóia Sérgio Motta para Comunicações

GABRIELA WOLTHERS; DANIEL BRAMATTI; FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário-geral do PSDB, Sérgio Motta, já tem o apoio do PFL para ser o futuro ministro das Comunicações do governo de Fernando Henrique Cardoso. A direção pefelista dá como certa a sua nomeação.
O Ministério das Comunicações é considerada a área de influência do senador eleito Antônio Carlos Magalhães (BA), um dos principais caciques do PFL.
ACM já ocupou o cargo durante o governo de José Sarney (1985-1990). A pasta é estratégica para ACM principalmente devido à sua antiga amizade com o presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho.
Motta compareceu ao jantar de comemoração dos 90 anos de Marinho no último sábado. Ontem, ele foi o único tucano, além de FHC, a participar do almoço com toda a bancada do PFL.
O encontro foi na casa do presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE). Motta sentou-se à mesa, ao lado de FHC, ACM, Inocêncio, do vice eleito Marco Maciel, do deputado Luís Eduardo Magalhães (BA) e do presidente do PFL, Jorge Bornhausen.
Na saída, o próprio Motta brincou com os jornalistas, afirmando que saía do almoço como presidente de honra do PFL.
A participação dos pefelistas no governo tucano vai ser menor do que espera o partido. A constataçãso é do próprio ACM.
"O partido terá mais ministros do que andam dizendo, mas menos do que deseja", disse.
Questionado sobre o número ideal de vagas no primeiro escalão, o senador eleito respondeu, rindo: "O PFL gostaria de ter todos os ministérios, mas não vai ter". Depois, complementou: "O presidente sempre quer dar menos do que peço."
Ele não quis falar em nomes, apesar de a nomeação de Reinhold Stephanes para o Ministério da Previdência ser considerada definitiva tanto para os tucanos como para os pefelistas.
Nos últimos dias, passou a ser cotado para a pasta dos Transportes o pefelista Raimundo Britto, ex-secretário da gestão de ACM no governo da Bahia. O próprio senador eleito afirmou ontem que a Bahia "merece um ministério".
O almoço de Inocêncio contou com a presença de cerca de 130 parlamentares, somando os congressistas atuais e os que foram eleitos em 3 de outubro. O encontro foi uma reivindicação dos parlamentares, que reclamavam da falta de contato com FHC.
Inocêncio afirmou que FHC vai iniciar os convites para seu ministério na próxima semana, quando voltar de sua viagem aos EUA.

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