São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994 |
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Artistas criticam 'cerco' a instalações
HAROLDO CERAVOLO SEREZA
A exposição, que termina nesse domingo, tinha nas instalações o seu principal chamativo. Por razões de segurança, a organização "cercou" as entradas de algumas das mais importantes obras expostas, limitando a observação de trabalhos tridimensionais. Assim, o público visitante não pode entrar em instalações como as do brasileiro Nuno Ramos e do uruguaio Agueda Di Cancro. Anteontem, a Folha esteve no prédio da Bienal entre 17h e 19h30. Nesse período, 32 salas estavam cercadas. Quando a Bienal foi aberta, em outubro, a instalação "Mácula", de Nuno Ramos, foi danificada pelo público. Depois disso, Nuno pediu que a Bienal, nos horários de visitas de escolas (entre 10h às 16h), fechasse ou limitasse a entrada para sua instalação a cinco pessoas por vez, por causa das lâmpadas, que poderiam feriar algum visitante. Nuno acha que as limitações prejudicam o público. "Nunca é bom olhar pela janelinha", disse. "É como se você não visse as obras." "O ideal é que não haja nada entre o espectador e a obra", diz Duda Maia Rosa, outro brasileiro que expõe na Bienal. Apesar de anteontem a sala de Duda não estar fechada, o próprio artista diz que a encontrou cercada algumas vezes. Seus trabalhos sofreram pequenas danificações pelo público, que tirou lascas de suas obras. Para ele, é preciso melhorar o problema da segurança. "Acho que houve cruzamento de informações. O público ia na sala da Lygia e via: 'Toque, por favor'. Depois, nas outras salas, pedia-se para não tocar. Acho que não ficou muito claro." O assessor de imprensa da Bienal, Celso Lopes, disse que as "cordinhas" não prejudicam a exposição. Segundo ele, as salas foram fechadas para preservar as obras e garantir a segurança do público. "As obras interativas estão à disposição do público", diz, citando os espaços dos brasileiros Lygia Clark e Hélio Oiticica. "Isso acontece em qualquer parte do mundo." Até o fechamento dessa edição, a Folha procurou e não encontou Nelson Aguilar, curador da Bienal, e Edemar Cid Ferreira, presidente da fundação. Texto Anterior: "Dr. Fantástico" não perde humor em 30 anos Próximo Texto: Exposição traz Antonio Dias 'suculento' Índice |
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