São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994
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Justiça italiana promete seguir com a Operação Mãos Limpas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O promotor-chefe de Milão, Francesco Borrelli, disse ontem que investigações de corrupção na Itália continuam apesar da demissão de Antonio di Pietro, juiz símbolo da Operação Mãos Limpas.
"Estamos convencidos de que não se deve recuar frente aos ataques a nossa independência", disse Borrelli no Palácio de Justiça de Milão. Lá se realizou uma festa de despedida de Di Pietro, que deixou a magistratura anteontem alegando que vinha sendo usado por grupos políticos.
O magistrado ganhou notoriedade ao iniciar e ser a figura mais destacada da investigação de corrupção que mudou o panorama político da Itália a partir de 92.
Um bolo com a palavra "Obrigado" foi oferecido a Di Pietro em seu gabinete ontem. Do lado de fora, manifestantes davam-lhe apoio.
O presidente italiano, Oscar Luigi Scalfaro, e o ministro da Justiça, Alfredo Biondi, telefonaram na noite de anteontem a Di Pietro pedindo que ele ficasse.
O jornal "La Stampa", de Milão, citou uma conversa de Di Pietro sobre a demissão.
"Lamentavelmente a intervenção de tipo arbitral que eu esperava da parte do chefe de Estado não aconteceu. A carta de Borrelli a Scalfaro não teve o êxito esperado e o confronto institucional é insuportável", teria dito o magistrado.
O juiz se referiria a um protesto de Borreli contra abuso de poder por causa de investigações do Ministério da Justiça nos documentos da Operação Mãos Limpas.

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