São Paulo, sexta-feira, 9 de dezembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BNDES recorre para manter sigilo na estatal

DA FOLHA VALE

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai recorrer da decisão da 18ª Vara da Justiça Federal, em São Paulo, que proibiu a venda de ações aos empregados da Embraer.
A venda foi suspensa pelo juiz José Antônio de Andrade Martins na última terça-feira. Ele determinou que a Embraer apresente aos funcionários os contratos sigilosos feitos pela empresa até o dia 16, quando vence o prazo para pagamento das ações.
Com o recurso, o BNDES quer impedir que os funcionários tenham acesso aos documentos sigilosos. O edital de venda da estatal previa que os grupos estrangeiros tivessem acesso à documentação.
A sentença de Martins foi baseada em representação do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, em nome do comitê contra a privatização da Embraer.
A representação apontava possíveis irregularidades e pedia ainda a suspensão do leilão, que foi negado. O leilão ocorreu na última quarta-feira.
Um total de 6.089 funcionários, ex-funcionários e aposentados da estatal fez reserva para compra de ações. Eles têm direito a 10,9% das ações ofertadas e haviam comprado todo o lote –que corresponde a 623 milhões de ações.
Com a determinação da Justiça, os empregados ficam impedidos de fazer o pagamento das ações.
O chefe da gerência jurídica do BNDES, em São Paulo, Arnaldo Montenegro, 43 disse que será impetrada uma ação de agravo de instrumento com pedido de reconsideração ao juiz Andrade Martins.
O banco não informou porque o sigilo não foi mantido também para os grupos estrangeiros.

Texto Anterior: Para Bacha, abertura cambial é irreversível
Próximo Texto: Collor deve contar com pelo menos 3 votos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.