São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 1994 |
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Secretária do caso PC Farias vira sindicalista Sandra não consegue mais emprego GEORGE ALONSO
Desde a denúncia, em 1992, Sandra não conseguiu mais emprego na iniciativa privada. "Existem empresários honestos, mas emprego, nada", afirma. À época, ela trabalhava na ASD Empreendimentos e Participações Ltda, de Alcides dos Santos Diniz. Segundo a denúncia da Procuradoria Geral da República, a Operação Uruguai, montada em São Paulo pela ASD, foi uma tentativa do "staff" do ex-presidente Collor de dar aspecto legal ao dinheiro arrecadado pelo esquema PC. Sandra ganhou prêmio de cidadania dado pelo PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), mas nunca mais se empregou em grandes empresas. E o livro que conta sua versão sobre o caso vendeu só 5.000 exemplares. Ela não reclama. Nem se arrepende. "Conheci muita gente e chamei atenção para a profissão de secretária, colaborando para melhorar sua imagem", acredita Sandra. "Mostrei que o sigilo da relação patrão-secretária não significa omissão e cumplicidade com manobras comprometedoras", diz. Sandra rebate a acusação de "dedo-duro". "Dedo-duro é aquele que participa de alguma coisa e depois muda de lado para obter vantagens. Isso eu não fiz." Para a secretária, os "mandatários" Fernando Collor, PC Farias e Cláudio Vieira deveriam pegar a "pena máxima de oito anos" no julgamento em Brasília. Com as secretárias Rosinete Melanias, Marta Vasconcelos e Ana Acioli, é mais suave. Sugere quatro anos de prisão. Sandra conta que quando trabalhava na ASD recusou convite para dirigir sede da empresa no Uruguai, com alto salário. Mãe de Lívia, 2, e casada com o bancário Fidelcino de Souza Bonfim, 45, Sandra diz que o sindicato em que trabalha tem 6.000 associadas, de um total estimado de 800 mil no Estado. O sindicato não é filiado a nenhuma central sindical. Texto Anterior: Absolvição pode causar crise Próximo Texto: 92,2% dos homicídios do Rio estão impunes Índice |
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