São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 1994
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Bolsa de Valores brasileiras são as mais lucrativas do mundo este ano

RODNEY VERGILI

As Bolsas de Valores brasileiras foram as mais lucrativas do mundo este ano e devem continuar com excelente desempenho no próximo ano. A expectativa é do presidente da Ancor (Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias), Homero Amaral Junior.
Levantamento realizado pela agência Bloomberg –relacionando 210 índices de Bolsas do mundo todo– mostra a liderança em termos de lucratividade do mercado acionário brasileiro. O índice Senn (Rio) registrou este ano até ontem valorização em dólar de 104,91%, indicador de preços da Bolsa paulista (77,99%); do Chile, 56,89%; Peru, 55,19% e Nikkei (Japão), 31,99%.
Amaral Junior disse durante o balanço ontem de final de ano que o governo federal teve seu patrimônio valorizado em mais de US$ 40 bilhões pela alta da Bolsa nos últimos quatro anos.
Ele disse que em 1990 o valor total das ações em Bolsa era de US$ 15 bilhões e que este ano a quantia supera os US$ 190 bilhões. "Considerando que 25% do total das ações são do governo, a valorização foi mais de US$ 40 bilhões".
Nos últimos quatro anos, o movimento diário da Bolsa aumentou de US$ 10 milhões por dia no início do governo Collor e hoje ultrapassa os US$ 340 milhões. "Estamos negociando os valores mais altos da história das Bolsas no país", disse Homero Amaral.
Segundo dados da Ancor, 36 novas empresas entraram no mercado de capitais este ano e 35 saíram. O número total de companhias se manteve em 546. "Estão sendo afastadas as empresas que não possuem vocação para capital aberto e estão entrando outras com a intenção de ter o acionista como parceiro", diz.
Para o presidente da Ancor, o país corre o risco de exportar seu mercado de capitais. Até agora, mais de 15 empresas lançaram papéis no exterior e a tendência é de que o número cresça mais.

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