São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 1994 |
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'As Profecias de Nostradamus' glamouriza biografia do adivinho
JOSÉ GERALDO COUTO
Produção: Inglaterra/Alemanha, 1994 Direção: Roger Christian Elenco: Tcheky Karyo, F. Murray Abraham, Rutger Hauer Onde: a partir de hoje nos cines Gemini 1, Top Cine, Metro 2 e circuito Apocalípticos, milenaristas, fãs de Paulo Coelho, correi: chegou seu filme de fim de ano. Com uma produção mediana, mas sem grandes problemas técnicos, "As Profecias de Nostradamus" conta a história do mais célebre dos profetas do Ocidente, o francês Jean de Nostradame (1504-1566). O título brasileiro engana um pouco (o original é só "Nostradamus"). No filme, a biografia do médico, alquimista, astrólogo e adivinho (Tcheky Karyo) fica em primeiro plano, e suas profecias são quase acidentes da narrativa. As visões proféticas são muito nítidas: as imagens são de cinejornais (Hitler, Hiroxima) ou mesmo da CNN (Guerra do Golfo). Mas, por algum motivo mal explicado, Nostradamus resolve escrevê-las em código, "para que só quem tem 'a chave' possa entendê-las". Tudo isso é secundário. O que interessa ao filme é santificar Nostradamus, mostrando-o como médico competente, filósofo à frente de seu tempo (daí suas escaramuças com a Inquisição), pai de família exemplar, amante ardoroso. Todas as mulheres em cena querem ir para a cama com ele. Até a soberana Catarina de Médicis (Amanda Plummer), mãe da futura rainha Margot, lança-lhe olhares lânguidos. A julgar por este filme, já no século 16 era bom negócio ser esotérico. (JGC) Texto Anterior: Autenticidade e amadorismo se misturam em "Prato Feito" Próximo Texto: Exposição de Vergara peca por hermetismo Índice |
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