São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 1994
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Autenticidade e amadorismo se misturam em "Prato Feito"

CELSO FIORAVANTE
DA REDAÇÃO

Filme: Prato Feito
Direção: Tony Chan
Elenco: Jeff Lau e Colleen O'Brien
Onde: Belas Artes/sala Oscar Niemeyer

Tudo parece muito real em "Prato Feito", de Tony Chan, um chinês radicado em Nova York. Enquanto tenta conseguir seu visto de permanência nos EUA ("green card"), um garçom –chinês– observa o cotidiano dos clientes do restaurante em que trabalha, em Nova York.
O real dessa história é que o próprio Chan, antes de entrar para o mundo do cinema, trabalhou durante anos como garçom no restaurante de seu pai, em Nova York. O restaurante da família é o que se vê durante todo o filme. Mesmo a comida que se come no filme –na frente e atrás das câmeras– é feita por seu pai. Apenas os horários do filme não são reais, já que foi realizado à noite e nas madrugadas, quando a casa estava fechada.
A história também é comum aos chineses e aos imigrantes em geral. Enquanto não encontra uma mulher que lhe garanta o visto de permanência nos EUA, Robert observa o cotidiano dos clientes do restaurante em que trabalha.
Em nada o filme repete o glamour de "Passaporte para o Amor", de Peter Weir. O protagonista Robert (Jeff Lau) não quer uma americana (o choque cultural o assusta), mas uma chinesa já radicada. Mas, se "Prato Feito" ganha em autenticidade, perde na produção. Mostra-se amador, com seus problemas de som, locação única e atores que parecem recém-saídos da universidade (ou de casa mesmo). (Celso Fioravante)

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