São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 1994 |
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Prostituta é acusada de transmitir Aids Jéssica vai responder a inquérito MARCUS FERNANDES
A abertura do inquérito foi pedida pelo procurador de Justiça de Brasília, Antônio Gomes, após ler em 24 de julho deste ano reportagem publicada pela Folha em que Jéssica dizia fazer programas sem informar que tinha o vírus. "Se falar, não arrumo mais dinheiro." "Para a maioria eu passo Aids. Eles pagam para não usar camisinha. A maioria deles é casada", disse ela à época. Gomes propôs abertura de inquérito ao procurador-geral do Ministério Público de São Paulo, José Emanuel Burle Filho, para enquadrar Jéssica no artigo 131 do Código Penal. Esse artigo define como crime "praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de transmitir o contágio". A pena em caso de condenação é de um a quatro anos. Para a advogada Tânia de Sá, chefe do Serviço de Assistência Judiciária da Prefeitura de Santos, para que seja caracterizado crime é necessário que ela praticasse o ato com o intuito específico de transmitir a doença. "Mas a finalidade dela é ganhar dinheiro", disse. Jéssica contraiu Aids aos 13 anos, mesma idade em que começou a se prostituir. A mãe e o marido morreram contaminados com o vírus HIV, contraído por meio de drogas injetáveis. Em 93, ela ficou grávida de uma menina que nasceu com o vírus e morreu com dois meses. Em julho, ela morava em um cortiço no centro de Santos, na zona de prostituição da cidade. Texto Anterior: Argentina investiga prostitutas brasileiras Próximo Texto: 'Dei um Fusca para minha mãe' Índice |
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