São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Controle suas despesas de final de ano Soma de pequenas dívidas pode ultrapassar seu orçamento VERA BUENO DE AZEVEDO
Com a moeda forte, o comércio tem criado mecanismos de estímulo ao consumo até então desconhecidos dos brasileiros acostumados com inflação alta. Pelo mesmo preço à vista, você paga um produto em três parcelas, não há acréscimo no pagamento com cartão e é possível comprar hoje e deixar um cheque para ser descontado na data de recebimento do 13º salário. Sem falar que você pode abastecer seu carro e pagar somente após 30 ou 40 dias. Se tudo isso parece muito vantajoso, pode também estimular o consumidor a assumir mais dívidas do que sua capacidade de pagamento. "O consumidor compra um produto para pagar em três vezes na primeira loja, repete o procedimento na segunda, na terceira, na quarta e ainda fica com dinheiro no bolso para outras despesas", diz Mariângela Sarrubbo, assistente de coordenação do Procon-SP. O que ele não percebe, acrescenta ela, é que, com isso, está assumindo um conjunto de pequenas dívidas que, somadas, "chegam a um valor que pode não caber em seu orçamento já no próximo mês". Mariângela lembra que janeiro e fevereiro são meses de despesas extras altas. "Tem IPVA, IPTU, material escolar, uniformes etc. e não tem 13º salário", afirma a coordenadora do Procon. Por tudo isso, a tendência é que o número de consumidores inadimplentes (em atraso no pagamento de suas contas) aumente nos próximos meses. O quadro ao lado mostra como tirar o nome das "listas negras" (leia também texto abaixo). A melhor forma de evitar essa "armadilha do consumo" é manter um controle rígido de seu orçamento. "Outra opção é não entrar em crediários e pagar suas compras à vista, gastando apenas o dinheiro disponível no bolso", diz Mariângela. Não atrasar os pagamentos também é fundamental. Embora muitas vezes o acréscimo seja nominalmente pequeno, principalmente em prestações de valor baixo, na verdade embute juro de mora de 1%, correção diária e multas elevadas, em geral iguais ou superiores a 10%. Texto Anterior: Projeção vai a 3,55% brutos Próximo Texto: Quem deve tem direitos Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |