São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 1994
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Zinho, atrás do 8º título, tenta ignorar as cobranças

MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas vezes campeão carioca, duas vezes campeão paulista, duas vezes campeão brasileiro (uma pelo Flamengo e outra pelo Palmeiras) e tetracampeão mundial este ano nos EUA.
Poucos jogadores do atual futebol brasileiro podem exibir tantos e tão importantes títulos quanto Crizam César de Oliveira Júnior, o Zinho, um dos destaques do Palmeiras na provável conquista do bicampeonato brasileiro.
No caso de Zinho, seria um tricampeonato, pois ele ganhou o título em 92, pelo Flamengo, e 93, pelo próprio Palmeiras. Conquistou ainda a Copa União de 87 com o Flamengo.
Apesar desse currículo, o meia palmeirense suscitou muitas discussões durante a Copa do Mundo deste ano. Grande parte da imprensa e da torcida queria sua saída do time de Carlos Alberto Parreira. Mas o técnico o manteve e ele acabou campeão.
Em entrevista à Folha, Zinho falou sobre essa polêmica e a perspectiva de se tornar, mais uma vez, campeão brasileiro.

Folha - Você já se sente novamente campeão?
Zinho - Ainda não. É claro que temos uma grande vantagem, mas não podemos nos acomodar. Precisamos jogar com a mesma determinação de quinta-feira.
Folha - No primeiro jogo das finais, você recebeu uma forte marcação individual de Marcelinho Souza. Espera que isso se repita na segunda partida?
Zinho - Como o Zé Elias está suspenso, se o Corinthians repetir aquela marcação com apenas dois volantes, será até melhor para o Palmeiras, porque outros jogadores nossos terão liberdade.
Eu já tinha recebido marcação forte outras vezes, mas nunca tão eficiente. Mesmo quando o Corinthians estava com a bola, o Marcelinho não desgrudava de mim.
Folha - Você foi muito combatido durante a Copa, tanto pela imprensa quanto pela torcida. Agora é campeão mundial e está prestes a ganhar seu terceiro título brasileiro seguido. Essas conquistas têm sabor de vingança contra os que o criticaram?
Zinho - O que quiserem falar do Zinho, podem. Mas os números não mentem. Não tenho que provar mais nada para ninguém. Tenho vários títulos, sou campeão do mundo e isso ninguém me tira.
Na Copa, eu tinha uma função tática a cumprir, embora admita que não joguei bem algumas partidas. O problema é que houve críticas duras e até desrespeitosas.
Hoje, no Palmeiras, todo mundo fala que sou eu que organizo o jogo. Não sou eu que digo isso. Folha - Mas tantas conquistas não dão uma satisfação especial?
Zinho - Satisfação, sem dúvida, porque sou um profissional de futebol. Graças a Deus, as conquistas estão chegando.
Folha - Nos últimos dois anos, você ganhou praticamente todos os títulos importantes que disputou. Não tem receio de que essa fase acabe de repente?
Zinho - Isso tudo vai acabar, porque vou parar de jogar um dia. Mas tenho só 27 anos e espero ganhar muita coisa ainda.
Folha - O Palmeiras recebeu uma oferta do Yokohama Flugels, do Japão, pelo seu passe. Uma transferência para o exterior agora seria oportuna?
Zinho - Sinceramente, prefiro nem pensar nisso agora. Quero me concentrar inteiramente na final do Campeonato Brasileiro.

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