São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 1994
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Com ajuda de Deus e de Romário

MARIA ESTER MARTINHO

A fotógrafa baiana Arlete Soares não é dada às viagens fáceis. Seu primeiro livro, lançado há quatro anos, reúne fotos da Índia, Nepal e Tibete. Para fazer o novo, "Israel, Shalom!" (ed. Corrupio, 94 págs, R$ 45), virou os desertos do país de alto a baixo durante dois meses, guiada por um jovem casal local e seu bebê recém-nascido –que, por sorte, "era um anjo".
Como em "Caminhos da Índia", a religiosidade é o motivo central do livro –sobretudo o convívio incrivelmente próximo, em Israel, de marcos de crenças tão profundas quanto distintas. Em uma das melhores sequências, o arco da antiga sinagoga Hurva, em Jerusalém, a mesquita de Djazar, em Aco, e o marco do monastério Har Jarsch, no deserto da Judéia, exibem seu sutil parentesco.
Também não escapou à fotógrafa a força da juventude israelense. "Eles cumprem o serviço militar obrigatório com seriedade, conhecem a história do país profundamente e impõem respeito quando desempenham funções na segurança", diz. "Mas só querem paz."
Uma das criadoras da editora Corrupio, responsável pela publicação dos trabalhos do fotógrafo francês Pierre Verger no Brasil, Arlete teve uma ajuda extra na viagem, realizada durante a Copa do Mundo. "Romário me prestou um grande serviço", brinca. "Árabes e israelenses adoram futebol". Além de assunto, ter a nacionalidade do craque lhe rendeu regalias. Quando voltou do Sinai, no Egito, para assistir em Tel Aviv à final do Mundial, parou na fila na fronteira. Bastou explicar a que vinha. "Me passaram na frente de todo mundo". –M.E.M.

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