São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 1994
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Preços afastam turista argentino de SC

SILVIA QUEVEDO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

A 15 dias da alta temporada, Santa Catarina aparece como um destino afastado da preferência dos milhares de argentinos que todos os anos invadem as praias do litoral sul.
Operadores de turismo da Argentina informam que as vendas diminuíram entre 30 e 40% em relação ao ano passado.
A queda, segundo eles, é consequência do encarecimento do custo de vida no Brasil e de uma campanha feita pela mídia argentina, de que os preços no Brasil estão tão caros quanto em Buenos Aires.
Sérgio Figarán, 27, da agência de turismo Sol Jet, uma das maiores de Buenos Aires, afirma que o argentino está trocando Florianópolis pelo sol do Caribe. "Em Buenos Aires é muito claro que o Caribe tem subido na demanda, em detrimento das vendas para o Sul do Brasil", disse.
Figarán, que trabalha há nove anos no setor, diz que sete noites num bom hotel de Canasvieiras (a 30km do centro de Florianópolis), com café da manhã e transporte, custam US$ 790,00, enquanto o preço para a internacional Cancún, no México, é de US$ 1.290,00. "A diferença não é inacessível."
Os planos de turismo da agência para o Caribe precisam ser marcados com três meses de antecedência e já estão esgotados até fevereiro.
Depois de Buenos Aires, Rosário é a cidade que tradicionalmente envia maior número de turistas ao sul do Brasil.
Mônica Carey, 39, da Free Way, a maior agência de Rosário, disse que "a publicidade em torno dos preços brasileiros, alarmista e irreal, nos matou."
Brasileiros
Por outro lado, operadores, empresários e representantes do poder público ligados ao turismo são unânimes em afirmar que o turista brasileiro preencherá o vazio deixado pelos argentinos.
"Será uma temporada de brasileiros", diz Antonio Estrázulas, 48, dono da Tropical Turismo, de Balneário Camboriú, uma das cidades preferidas dos argentinos, como Florianópolis.
Segundo Estrázulas, que prevê queda de 40% no movimento, "embora hotelaria e comida estejam baratos, não se compra mais no Brasil como antigamente".

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