São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 1994 |
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Um ministério de primeira
LUÍS NASSIF
Seu ministério foi erigido em cima de três pilastras: a área social, a econômica e a desenvolvimentista, cabendo ao Ministério do Planejamento uma espécie de supervisão operacional dessas áreas. Na área social, Reinhold Stephanes, da Previdência, e Adib Jatene, da Saúde, são garantia de competência profissional e de impermeabilidade ao fisiologismo. Com Gustavo Krause, a área regional ficará nas mãos do que a política nordestina tem de mais moderno e íntegro para oferecer. Faria bem o futuro presidente de levar a cabo a proposta de transferir a área universitária do Ministério da Educação para o de Ciências e Tecnologia. Libertaria o futuro ministro Paulo Renato de Souza para cuidar estritamente do ensino básico, além de colocá-lo a salvo de tentações corporativistas, às quais ele não soube resistir quando reitor da Unicamp. Reforço operacional A área econômica, que padecia de carência operacional, recebeu reforços consideráveis. Além de José Serra no Planejamento, a ida de José Roberto Mendonça de Barros e Chico Lopes para a equipe da Fazenda é garantia de fina sensibilidade para monitorar expectativas do mercado. Na Secretaria-Geral do Planejamento, Andréa Calabi acumulou conhecimento da máquina e experiência operacional na histórica montagem da Secretaria do Tesouro, no governo Sarney. Desse tripé, merece atenção especial a área desenvolvimentista. Pela primeira vez, tem-se a possibilidade concreta de consolidar-se novo padrão de política industrial, esboçado ainda no governo Collor com as câmaras setoriais. A primeira perna desse modelo será o Ministério da Indústria e do Comércio, entregue à competência comprovada de Dorothéa Werneck. A segunda será o Ministério da Ciências e Tecnologia que, com o respeitado José Israel Vargas, já vem desempenhando papel relevante em áreas de ponta –como a da informática. A terceira perna será o Itamaraty –caso o futuro chanceler Luiz Carlos Bresser Pereira, homem de ampla experiência na economia, consiga colocá-lo efetivamente a serviço da promoção comercial brasileira. Uma quarta perna relevante será o Ministério do Trabalho –que, ao que consta, será entregue a Paulo Paiva, secretário de governo de Minas, que vem acompanhado de bela reputação. Falta definir ainda áreas essenciais ligadas à máquina pública. À frente da Secretaria da Administração, o general Romildo Canhim tem dado demonstrações de firmeza e objetividade. Na Receita, o nome ventilado de Luiz Fernando Wellisch é de peso. Esse time facilitará o maior de todos os desafios –de responsabilidade do próprio presidente da República– de montar o grande acordo político para consumar as reformas. O FHC inteligente finalmente venceu o vaidoso. Texto Anterior: México amplia desvalorização de sua moeda Próximo Texto: Inflação em São Paulo já está em 2%, afirma Fipe Índice |
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