São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 1994
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Projeto Paris

THALES DE MENEZES

Pete Sampras e Boris Becker não deverão disputar o próximo Aberto da Austrália, primeiro torneio do Grand Slam da temporada 95, em janeiro.
Entrevistas concedidas na última semana pelos treinadores Tim Gullikson (Sampras) e Nick Bollettieri (Becker) deram a dica para a imprensa especializada.
Nos EUA, Gullikson disse que Sampras está "95% fora" do campeonato australiano. Em Milão, o técnico de Becker revelou que desaconselhou o alemão a jogar torneios até fevereiro.
Por trás dessas afirmações está a declarada intenção dos dois tenistas de treinar forte para o Aberto da França, que se disputa no parque de Roland Garros (Paris). Apesar dos quase seis meses que ainda vão transcorrer até o torneio francês, os dois tenistas sabem que precisam treinar muito para conquistar esse título de Grand Slam que falta na carreira de ambos.
Para isso, é certo que os atletas vão mudar bastante a agenda de torneios nos próximos meses. Pretendem trocar todas as disputas em quadra rápida para competições no saibro. Torneios importantes como Roterdã e Key Biscaine não devem contar com os dois.
Ao mesmo tempo, organizadores de torneios de menos expressão na Espanha, França e Itália estão esfregando as mãos, ansiosos para ver Sampras e Becker em suas quadras de terra.
Os dois enfrentam problemas diferentes em quadras lentas.
Sampras precisa mudar seu jogo. Com um saque eficiente e devastador, o norte-americano está acostumado a subir à rede já no saque. Quando muito, sobe na primeira rebatida da troca de bola. No saibro, a quadra "amortece" a bola e diminui a fúria do saque de Sampras. Fica mais difícil para ele deslocar o adversário na quadra.
Dessa forma, precisa aprender a trocar mais bolas no fundo até estar bem colocado para subir à rede "na boa". No último torneio de Roland Garros, Sampras perdeu para Jim Courier porque insistiu em correr para a rede logo depois de sacar. Courier matou o jogo com devoluções paralelas.
Já Boris Becker só tem que cuidar da cabeça. Mais versátil do que Sampras, se adaptaria fácil ao saibro, a não ser por uma coisa: Becker odeia as quadras de terra. Não tem paciência quando joga nelas. Reclama de tudo. Seu histórico em torneios no saibro inclui derrotas para tenistas obscuros.
Por isso, essa preparação intensiva para Paris parece ter mais chances de dar certo para Sampras.

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