São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 1994
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Mínimo terá abono de R$ 15 em janeiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Itamar Franco assina hoje uma MP (medida provisória) que concede o abono de R$ 15 em janeiro aos trabalhadores dos setores público e privado que recebem um salário mínimo e a todos aposentados e pensionistas.
O abono é válido só para o mês de janeiro. A decisão, anunciada pelo ministro do Trabalho, Marcelo Pimentel, foi tomada após reunião de duas horas entre Itamar e o presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso.
Também participaram do encontro os ministros Pimentel, Ciro Gomes (Fazenda), Sérgio Cutolo (Previdência) e Henrique Hargreaves (Casa Civil).
Quem tem salário entre R$ 70 e R$ 85 receberá a diferença até alcançar o valor mínimo de R$ 85.
O objetivo de Itamar Franco é fazer com que todos os empregados e aposentados ganhem pelo menos US$ 100 (equivalentes a R$ 85) em janeiro.
Segundo Pimentel, FHC aceitou os argumentos a favor da concessão do abono, defendido por Itamar.
Na reunião, o presidente eleito também concordou com a formação de uma comissão com representantes das centrais sindicais para discutir a reforma da Previdência.
Pimentel disse que a comissão deverá encontrar uma solução "o mais rapidamente possível". Ele negou o risco de incorporação do abono ao salário mínimo, porque só será pago em janeiro.
Segundo ele, a concessão do abono vai provocar um déficit de R$ 240 milhões no caixa da Previdência.
O abono será concedido por insistência de Itamar. Durante dois meses, ele pressionou a área econômica a encontrar uma alternativa para elevar o salário mínimo. Chegou a dizer que queria aumentar o valor para R$ 100, e não R$ 85 (US$ 100).
Antes da reunião de ontem, Itamar disse que consultaria FHC em consideração à "transição fraterna, entre amigos". Ele também ponderou que a consulta se devia ao fato de que o abono só será pago já no governo FHC.
O presidente já havia discutido a concessão do abono com os ministros e as centrais sindicais na terça-feira. Nessas reuniões ficou decidido que FHC seria consultado.

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