São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 1994
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Rapaz é atropelado e arrastado por 3 km

ANA LIMA
DA AGÊNCIA FOLHA

O comerciante José Alfredo Hehn, 46, teve prisão preventiva decretada anteontem por homicídio doloso, omissão de socorro e ocultação de cadáver.
Ele é acusado de ter atropelado com sua Brasília a moto Yamaha-125, dirigida pelo estofador Jesus Mariano, 17, e ter arrastado o operário Fábio Adriano da Rocha, 16, que pegava uma carona na moto, por 3 km. O acidente aconteceu às 4h30 do domingo em Taquara (70 km de Porto Alegre/RS).
Mariano sofreu ferimentos leves. Rocha teria sido jogado sobre o capô e depois ficado com as pernas presas entre a roda esquerda traseira e a lataria. Hehn não teria parado para socorrer as vítimas.
Segundo o titular da Delegacia de Trânsito de Taquara, Cláudio Bizarro, 48, o comerciante afirmou em depoimento que escutou "barulho embaixo do carro", mas achou que fosse "algum pedaço da moto".
Ele disse ao delegado que arrastou o corpo de Rocha por 3 km pela rodovia RS-020, que atravessa várias cidades, até sua casa em Taquara. Ao estacionar na garagem, o corpo se soltou, segundo o depoimento.
Hehn disse que recolheu os pedaços, colocou no banco do passageiro e andou 10 km até o município de Igrejinha. Em seguida, jogou o corpo no acostamento da rodovia e fugiu.
Segundo Bizarro, o corpo foi encontrado domingo por moradores. Mariano denunciou o comerciante à polícia de Taquara.
Na casa de Hehn, a polícia encontrou a Brasília com sangue nas rodas e pedaços do corpo de Rocha nas ferragens.
Hehn foi encontrado às 10h30 do domingo. Ele ficou preso até as 18h e depois foi solto por ordem do titular da delegacia, César Carrion.
"Não havia flagrante", afirmou Carrion. O comerciante está foragido. Segundo seu advogado, Ocírio Pires Cerveira, ele deverá se apresentar hoje ao delegado. Hehn pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.

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