São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 1994
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Mercado financeiro opera sem turbulência

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os mercados ficaram mais tranquilos ontem após a turbulência nos dias anteriores, por causa da crise do México.
O índice da Bolsa paulista fechou em alta de 1,98% e a do Rio (Senn) registrou valorização de 2,6%. O mercado ainda está tenso e de olho nos desdobramentos da crise mexicana.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) divulgou ontem que o volume de recursos líquidos (entradas menos saídas) ingressados no mercado de ações foi positivo em US$ 359 milhões em novembro.
O total de recursos estrangeiros que entraram no mercado durante os 11 primeiros meses de 1994 chegou a US$ 18,721 bilhões, contra retornos de US$ 14,951 bilhões, permanecendo um saldo de US$ 3,769 bilhões, segundo a CVM.
O Banco Central manteve a taxa over sinalizada na véspera de 4,80% ao mês. O IGP-M (0,84%) de dezembro divulgado ontem surpreendeu o mercado financeiro que esperava inflação um pouco maior.
O mercado cambial esteve calmo e o Banco Central não realizou intervenções.
O presidente do Banco de Boston, Henrique de Campos Meirelles, disse ontem que não vê problemas cambiais graves para o Brasil a curto prazo, por causa da crise no México e na Argentina.
Segundo ele, os problemas do México deram um sinal de alerta, no entanto, para mercados emergentes –como o brasileiro– de que não é possível se manter déficit na balança comercial por longo prazo.
A crise no México deve fazer com que todos os países emergentes recebam um menor volume de capitais externos de renda fixa (aplicados, por exemplo, em eurobônus).
Ele acredita, no entanto, que o mercado acionário brasileiro deve crescer em 1995. A instituição é responsável pela guarda (custódia) do equivalente a US$ 3,7 bilhões de investimentos estrangeiros nas Bolsas. Nos últimos dias, houve uma saída de US$ 100 milhões da custódia da instituição, por causa da crise do México. Meirelles afirma que esses recursos não saíram de negócios tradicionais de Bolsas, mas sim de operações de "box" (financiamentos tendo como lastro ações). Ele prevê, contudo, que o mercado acionário crescerá e a custódia de ações de investidores estrangeiros na instituição chegará a US$ 5,5 bilhões ao final de 1995.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, ontem, em média, 0,108%. A taxa média do over foi de 4,82% ao mês, contra 4,81% ao mês no dia anterior, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,03% ao mês, contra 5,04% ao mês no dia anterior.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem em 1º de janeiro rendem 3,3874%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 28% e 51% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 121 dias: 19% ao ano mais Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,51% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 66% e 75% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,88% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 1,98%, fechando com 41.952 pontos e volume financeiro de R$ 360,47 milhões, contra R$ 403,86 milhões no dia anterior. Rio: alta de 2,6% (I-Senn), fechando com 19.003 pontos e volume financeiro de R$ 60,401 milhões.

Bolsas no exterior
O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.382,00 pontos, no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.665,53 pontos, contra 19.711,36 pontos no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,854 (compra) e R$ 0,856 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,850 (compra) e R$ 0,852 (venda). "Black": R$ 0,865 (compra) e R$ 0,880 (venda). "Black" cabo: R$ 0,860 (compra) e R$ 0,870 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,835 (compra) e R$ 0,865 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,14%, fechando a R$ 10,65 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a UPI, em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,5440, contra US$ 1,5465 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5738 marco alemão, contra 1,5765 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,48 ienes, contra 100,41 no dia anterior. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 383,70 no dia anterior, contra 381,60 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro foi de 42.900 pontos.
No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para dezembro fechou a R$ 0,852 e para janeiro a R$ 0,873

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