São Paulo, quarta-feira, 2 de fevereiro de 1994 |
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São Paulo e Rio vêem o último sonho de Miró
DANIEL PIZA
"O Ultimo Sonho de Miró" reúne 20 pinturas, 21 desenhos e oito esculturas do artista. O título se refere à última fase de produção de Miró, quando estava em Palma de Mallorca –onde viveu de 1956 até sua morte, em 1983. As 20 pinturas foram realizadas, aproximadamente, entre 1971 e 1978. Os desenhos abrangem toda a década de 70. E as esculturas vão de 1967 a 1972. "Trazemos o que pudemos trazer", diz Denise Mattar, diretora do MAM-Rio. "Não são os 'standards' de Miró, mas é uma exposição magnífica." Por pouco São Paulo não pôde conferir isso. A exposição foi oferecida para o Museu de Arte de São Paulo (Masp), que não aceitou porque não teria espaço no calendário deste ano. O MAM de São Paulo, num primeiro momento, foi recusado porque não tem condições climáticas adequadas. Mas depois a Fundação aceitou sob o argumento de que, no local onde foi exibida em Buenos Aires (Argentina), o Palais de Glace, também não havia condições. As 49 obras mostram bem um artista em período tardio, namorando o absoluto, com alto grau de sugestão abstrata. Os grafismos de Miró, que em seu apogeu confeccionaram as maravilhosas "Constelações" (anos 40), muitas vezes dão lugar, nesse último sonho, a explosões que partem de um ponto como "cortinas de cores", na expressão do próprio Miró. Outras vezes, complementam áreas monocromáticas, na forma de olhos, estrelas ou simplesmente como manchas. Mas em todas possuem um efeito plástico que só o último sonho do "Gran Sonador" poderia criar. Texto Anterior: Scorsese cai na armadilha da adaptação Próximo Texto: Pintor nunca foi abstrato Índice |
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