São Paulo, quarta-feira, 2 de fevereiro de 1994
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Conduta desmoralizante; Eucatex e Williana; Gravidez; Direitos dos trabalhadores; Voto em branco; Dito e feito

Conduta desmoralizante
"É inadmissível que o deputado Odacir Klein, prevalecendo-se da imunidade parlamentar, venha atacar grosseiramente a honra do jornalista Janio de Freitas. Partindo de um dos componentes da Mesa da CPI que investigou atos de falta de decoro parlamentar, essa conduta antiética é desmoralizante para o Congresso."
Fábio Konder Comparato, professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Eucatex e Williana
"Em notícia publicada no dia 29/12/93, esse jornal afirma que a Receita Federal estaria 'investigando os contratos existentes entre a Indústria e Comércio de Móveis Williana S.A. –empresa do pianista João Carlos Martins– e a Eucatex'. Noticiou-se, ainda, que a Polícia Federal estaria suspeitando de 'participação da Eucatex no esquema Paubrasil' e que 'o objetivo da investigação é descobrir se de fato houve uma relação comercial ou se foi forjado um contrato para justificar remessa de dinheiro arrecadado para campanha eleitoral'. Dentro da nossa linha de trabalho, em estrita observância da lei e da ética nos negócios, temos consciência de que nossas operações comerciais sempre se pautaram pela lisura e pela obediência aos preceitos legais vigentes no país. Mesmo assim, para que não pairassem dúvidas sobre a retidão de nosso comportamento empresarial, solicitamos à Price Waterhouse, auditores independentes de insuspeita reputação internacional, que examinassem as vendas de produtos objeto da investigação noticiada. O resultado dos exames da Price encontra-se no parecer anexo, confirmando a absoluta regularidade das operações questionadas. Pelo fato de a Eucatex ser uma companhia de capital aberto, temos o dever de informar o público da realidade dos fatos, tornando públicas as conclusões dos auditores independentes. Por essa razão pedimos que esse jornal dê a esta carta a mesma divulgação dada à notícia supramencionada."
Oswaldo Roberto Pacheco Campiglia, diretor da Eucatex S.A. Indústria e Comércio (São Paulo, SP)

Nota da Redação – A carta do diretor da Eucatex, Oswaldo Roberto Pacheco Campiglia, é acompanhada de parecer da Price Waterhouse em que se afirma: "Concluímos que essas operações comerciais foram realizadas em condições normais de mercado e segundo as práticas adotadas pelo grupo Eucatex para seus clientes" (...) "O total das operações comerciais com a Williana foram equivalentes a US$ 9.469,16 no período sob nossa revisão".

Gravidez
"Parabéns à Folha pela alta qualidade das cinco páginas dedicadas à gravidez programada e à genética. Que a partir dessa matéria se inicie a indispensável discussão ampla e profunda sobre as questões éticas e morais nas conquistas científicas e tecnológicas que envolvem o ser humano desde a concepção ao nascimento."
Lauro Monteiro Filho, diretor-executivo da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Rio de Janeiro, RJ)

Direitos dos trabalhadores
"Parabenizamos a Folha pela matéria publicada na pág. 1-6 do dia 27/01, onde destaca opinião do dr. Ricardo Sampaio (presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região), que critica enunciado 330 do TST. É com homens de idéias avançadas como aquelas expostas que se fará justiça à classe trabalhadora, resguardando os princípios sagrados da Carta Magna."
Flávio Cerezuela, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Paranavaí (Paranavaí, PR)

Voto em branco
"Li o informe publicitário, publicado no dia 31/01, com o título: 'Democracia –dois pesos e duas medidas'. Gostaria que o simples cidadão, responsável pela campanha do voto em branco, fosse candidato (temos eleições quase gerais este ano). Será que ele é o único honesto do Brasil?"
Genivaldo José Lievore (Colatina, ES)

Dito e feito
"Venho solicitar a devida retratação da reportagem publicada nesse jornal em sua edição do dia 24/01, sob a responsabilidade do jornalista Bob Fernandes. A pergunta da Folha, complementação a minha resposta à primeira pergunta que versou sobre as contas do sindicato, na realidade não ocorreu e, por consequência, não informei em nenhum momento que existia algo de ilegal nas contas do sindicato. Também não é verdade que informei 'não vão fazer auditoria nenhuma. Duvido que façam'. Eu disse que gostaria que a auditoria fosse feita, pois isso iria esclarecer os fatos. Também não informei que 'se forem mexer vai sujar tudo, inclusive a imagem da CUT', e também não disse que 'isto vai expor os métodos usados no sindicato. Vai mostrar como se encobrem as coisas'. O que ocorre na verdade é que eu jamais poderia declarar tais fatos porque não conheço internamente a CUT nem os sindicatos para poder afirmar o que foi colocado."
Sonia Aparecida de Carvalho (Santo André, SP)

Resposta do jornalista Bob Fernandes – Há dois anos a senhora Sonia de Carvalho cuida das contas do Sindicato dos Rodoviários do ABC, onde as duas facções, parecendo ter razão, se acusam de corrupção, desvio de dinheiro, enriquecimento ilícito. Em conversa de mais de uma hora, a missivista não só disse o que agora pretende não ter dito como disse muito mais, com riqueza de detalhes e exemplo de métodos utilizados no sindicato. Pediu "off", que o repórter segue respeitando, sobre os exemplos, detalhes e maneiras de ilegalidades, para não dizer corrupção, de atuação de funcionários no âmbito do sindicato.

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