São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994
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PT quer Ministério da Defesa

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se for eleito presidente, Luiz Inácio Lula da Silva pretende criar o Ministério da Defesa, adotar o serviço militar voluntário (atualmente é obrigatório) e fazer investimentos significativos nas Forças Armadas. "Não é possível manter a situação atual de sucateamento dos equipamentos militares e de seu corpo de soldados, suboficiais e oiciais"', diz o programa de Lula para a área militar.
O PT evitou quantificar os investimentos na área militar. Escolhido para elaborar o programa de Lula para as Forças Armadas, o coronel Geraldo Cavagnari propôs que o orçamento militar passasse dos 0,5% do PIB atuais para 2% ao longo dos cinco anos de governo –um investimento de quase US$ 8 bilhões anuais.
A proposta de Cavagnari criou polêmica dentro e fora do partido. Na versão que será levada para a aprovação definitiva, o PT não especificou quanto gastará com os militares. Mas promete fazer investimentos pesados. Até o final da década, o PT deverá direcionar recursos para a reestruturação das Forças Armadas, incluindo equipamentos e "valorização" de pessoal.
Calha Norte
O PT dá destaque especial para os programas militares. Promete dar continuidade ao projeto do avião de caça subsônico AMX, aos programas espacial e da Antártica. O programa nuclear também merecerá atenção especial, mas ele está condicionado à não-exploração de armamentos nucleares. O projeto Calha Norte será revisto, para compatibilizá-lo com a política de respeito aos índios.
Mísseis
O programa de Lula para a área militar é rico em detalhes. No caso do reaparelhamento das Forças Armadas, chega a incluir "mísseis táticos e estratégicos (de médio alcance), blindados, artilharia, meios de guerra eletrônica e o submarino nuclear" como mecanismos de defesa da soberania nacional. Propõe ainda a criação de uma força de ação imediata, com a participação do Exército, Aeronáutica e Marinha.

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