São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994
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Gessy Lever compra fábrica da Zeneca

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Gessy Lever acaba de comprar da Zeneca Brasil S/A (antiga ICI Brasil) uma unidade de silicato de sódio, instalada em São Paulo. Esse produto é usado principalmente na produção de sabão em pó. A Folha apurou junto a especialistas do mercado que a Gessy pagou entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões pela fábrica.
A negociação entre a Gessy e a Zeneca durou quase um ano. A Gessy tem interesse na fabricação de silicato de sódio porque é uma das maiores consumidoras do produto no país. Com ele, a empresa faz o sabão em pó Omo, Minerva 3, Mago e Campeiro. A Zeneca queria se desfazer da fábrica porque quer se concentrar em três áreas: farmacêutica, agrícola (herbicidas e inseticidas) e de especialidades (corantes e produtos para acabamento do couro).
Com a aquisição, a Gessy expande as atividades da Crosfield Brasil, uma das suas divisões, que produz sílicas especiais em Rio Claro (SP). A sílica –que tem como matéria-prima básica o silicato de sódio– tem uma série de aplicações. É usada, por exemplo, na produção de creme dental (a sua função é abrasiva e espessante), de pneus (para dar reforço à borracha) e de solados de tênis.
"Com a compra da fábrica de silicato de sódio passamos a ter acesso privilegiado à matéria-prima", diz Ronald Rodrigues, diretor de assuntos corporativos da Gessy. A produção de silicato de sódio da unidade que a Gessy acaba de adquirir é de aproximadamente 60 mil toneladas anuais, informa M. Assui, presidente da Zeneca. O faturamento foi da ordem de US$ 25 milhões em 93.
Nos planos da Gessy para este ano, conta Rodrigues, está o aumento de sua participação de mercado no segmento de sabão em pó. Segundo ele, a produção desse produto deve crescer entre 4% e 5% este ano. "Mas confesso que a compra da fábrica de silicato de sódio está muito mais ligada ao mercado de sílica do que de detergente em pó", afirma Rodrigues.
No Brasil, três empresas produzem sílica: Rhodia, Grace (de origem norte-americana) e Crosfield. Esse mercado está avaliado em 24 mil toneladas por ano. Luíz Carlos Fernandes, gerente geral da área química da Rhodia, informa que a Rhodia detém 95% desse mercado. Os outros 5% estão divididos entre Crosfield e Grace.

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