São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Bancos temem choque entre URV e TR
GUSTAVO PATÚ
Como os bancos aplicam em habitação os recursos que recebem via depósitos de poupança, as duas operações precisam ter o mesmo indexador. Se a URV for optativa, como diz o governo, é natural que os mutuários prefiram o índice de menor variação, ao contrário dos poupadores –historicamente, a TR fica acima da taxa cambial. Riscos como esse vêm sendo estudados pelos bancos, representados pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Segundo o presidente da entidade, João Batista Gatti, os bancos querem a definição de um único indexador para poupança e SFH. "Do contrário, não poderemos negociar com os clientes", disse. Outra preocupação é a transição para a URV, de forma a não haver quebra nos contratos. Se a URV for mesmo criada em março, por exemplo, as cadernetas e carnês habitacionais só deverão ser corrigidos pelo índice a partir de abril, nas respectivas datas de "aniversário" dos contratos. A troca da TR pela URV nas cadernetas pode provocar fuga dos grandes investidores, pelo menos em um primeiro momento –se houver a percepção de perda de rentabilidade. Embora respondam por apenas 2% das contas de poupança, os grandes investidores detêm 50% do saldo global de US$ 22,5 bilhões das cadernetas, segundo estima Gatti. Se gerar perdas compulsórias para mutuários e poupadores, a URV ainda será alvo de contestações judiciais. A TR, por exemplo, foi alvo de uma pendência jurídica porque os mutuários argumentaram que a taxa não representa a variação dos preços, e sim uma referência para os juros. Texto Anterior: PMDB contra PSDB Próximo Texto: DRT não consegue atender homologações Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |