São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994
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Alvinegro vê a volta do Rivaldo pródigo

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Erramos: 04/02/94
A palavra profecia saiu grafada errada: professia.. O correto é profecia. A palavra torneio saiu erradamente em letras maiúsculas.
Alvinegro vê a volta do Rivaldo pródigo
Meus amigos, meus inimigos, mais do que uma vitória da magnética corintiana, a volta do Rivaldo ao Parque São Jorge é uma vitória para ele mesmo.
O Corinthians estava perdendo com a sua ausência, o MM idem, mas quem perdia mais era o próprio Rivaldo, na antecâmara da sua primeira Copa.
O destino, depois de um susto, abre-se em generosidade ao permitir a volta à casa deste jogador pródigo. O mesmo destino que abriu o admirável velho mundo para um uau! da teenbolada, o Zé Elias.
Aos 17 anos, menos de um ano como titular do Corinthians, e já está vendido por US$ 2 milhões ao P.S.V Eindhoven.
Alguma professia se esconderá sob o futebol sério e aplicado deste menino que traz o nome de um enviado do Messias.
Vai-e-vem
Já tivemos a fase de achincalhe de quem não usava pontas em seus esquemas táticos, a fase de execração da defesa que usava a "linha burra" e outras fases.
Agora, discute-se muito a propriedade –ou não– do emprego de dois volantes nos esquemas táticos modernos (discussão meramente pelo amor à parlatória, porque todo time de importância hoje em dia ou jogou ou procura jogar com dois jogadores exercendo esta função).
Apenas para registro, gostaria de mencionar aqui a opinião de um perito no setor, o valente volante Dinho (ex-São Paulo, atual Santos), que acumulou uma coleção de títulos no ano passado. Aliás, ele disse que também foi procurado pelo PSV Eindhoven, mas já estava negociado com o Santos.
No tricolor do Telê, Dinho ajustava-se à formatação tática, cobrindo, como ele diz, a correria do Cafu e do Vitor, que se mandavam para o ataque como uma boiada em atropelo, sem olhar para trás, como se o passado fosse um capeta.
No Santos, Pepe deve deixá-lo com mais liberdade, e também economizar no número de cabeças de área –aliás, retomando o estilo de jogar que projetou o futebol do Dinho no Esporte, do grande (em todos os sentidos) Antônio Maria.
Pois bem, o Dinho disse para quem quiser ouvir, no programa do Wanderley Nogueira –aquele–, que ele acha que uma equipe pode jogar perfeitamente no futebol de hoje com apenas um volante (desde que, evidentemente, os outros jogadores do meio-de-campo façam um vai-e-vem capaz de causar invenja na sanfona do "for all" também pernambucano de Luiz Gonzaga).
Filho do vento
A resposta, meu amigo, é sussurada pelos ventos, como diria a canção.
E a lenda que o pagão (este substantivo foi um sagrado nome próprio no futebol, jogando, ironia da linguagem, no sempre glorioso nas alturas Santos; o panteão do Santos tinha um avante chamado Pagão...) Éolo dominava os ventos.
Éolo lembra Euler, que chega de Minas para o ataque tricolor com o título de "filho dos vento". Os ventos do Norte, que já tinham enviado para cá a doce brisa chamada Palhinha, voltam a essepê.
Já está na linha vanguardista do tricolor um cidadão dos pés ligeiros alcunhado de "the flash" (antigamente, ele seria, brasileiramente, "o flecha"). Agora temos o novo enviado da rosa dos ventos.
Pela alegria do nosso Telê ao receber o garoto do América, ele planeja semear mais vento pelo campos (de futebol) do Senhor. E a defesa adversária que colha as tempestades.

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