São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994 |
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Sul da Alemanha retoma antigos ritos
FRANKZ RUCKERT
Tambores e matracas soam mais alto, anunciando a chegada de saltimbancos e músicos. Os foliões estão na cidade. Eles usam máscaras de madeira sinistras para afastar os maus espíritos e os demônios do inverno. Com seus trajes coloridos enfeitados de penas, dançam exaltados nas ruas, pulam sobre os espectadores, cujos rostos sujam com cinza, "batem-lhes" com varinhas, borrifando-os com água gelada –esse ritual de tempos primitivos da Germânia simboliza a busca da fertilidade. As pessoas festejam a "Fastnacht" suabo-alemã, que em outras regiões da Alemanha é chamada também de "Fosnet", "Fasching" ou "Karneval". A "Fastnacht" tem uma longa tradição: já durante a Idade Média, era comemorada com banquetes, danças e trajes de fantasia, marcando o início da Quaresma. Nas brincadeiras da "Fastnacht", as pessoas representavam acontecimentos nefastos como doenças ou morte, afugentando dessa forma os seus medos. Tempos depois, com um humor escabroso, zombava-se de pessoas e acontecimentos relativos à política e à religião. A Igreja tentou inutilmente acabar com essa folia. Mesmo hoje, muitas cidades alemãs cultivam a tradição especial de Carnaval. Em Munique, dançam as feirantes na terça-feira de Carnaval e em Goslar, rapazes e mascarados provocam as moças com bexigas de porcos recheadas com ervilhas. Nos centros carnavalescos mais famosos da Alemanha, como Dusseldorf e Colônia, os foliões dançam durante os "dias de folia" nas ruas, em grandes desfiles, até que toda a alegria acaba na Quarta-Feira de Cinzas. FRANZ RUCKERT, 32, é adido de imprensa do Consulado da Alemanha em São Paulo. Texto Anterior: Veneza exige que todos se mascarem e sejam outro Próximo Texto: N. Orleans se prepara para pegar fogo no 'Mardi Gras' Índice |
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