São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vôlei de praia já nasce profissional

Inspiração veio dos EUA e Europa

SERGIO SÁ LEITÃO
DO ENVIADO ESPECIAL

Nuzman governa o vôlei brasileiro desde 75 com um olho na NBA, a poderosa liga norte-americana de basquete profissional, e outro nas entidades de vôlei da Europa. "O esporte precisa ser visto como negócio e como entretenimento", explica. Esta visão orienta o vôlei de praia, "criado" pela CBV em 91. "Pegamos tudo o que deu certo no vôlei de quadra e aplicamos na praia", conta Nuzman. "Deu certo".
A tarefa, segundo ele, foi mais fácil e rápida devido ao "know-how" adquirido no processo de organização do vôlei "indoor". "O vôlei de praia já nasceu profissional", afirma. Profissional e internacional –empurrada pela CBF, a FIVB adotou a modalidade, através das "World Series", levou-a aos EUA e finalmente conseguiu torná-la olímpica, já para os Jogos de Atlanta, em 96.
"É uma esperança de medalha a mais para o Brasil", festeja Sergio Vilella, diretor de uma das empresas encarregadas pela CBV de vender o vôlei de quadra e de areia. As grandes empresas também apostam nas duplas que se exibem em praias do Sudeste e do Nordeste do país. Banco do Brasil e Brahma estão entre os patrocinadores assíduos. "O vôlei tem credibilidade", diz Vilella. "Por isso atrai as empresas".
Carlos Roberto Osório, outro parceiro de marketing da CBV, atribui o sucesso de público e patrocinadores do vôlei a "pontos óbvios" que não são adotados por outros esportes –o futebol, por exemplo. "Os torneios são organizados e o investidor sabe que seu contrato será cumprido", diz. "Se você compra uma placa na posição x, com tantos minutos de exposição em TV, ela vai estar lá na hora do jogo".
Hoje acontece a final da etapa brasileira do Mundial de Praia, no Rio. Os jogos têm arquibancadas lotadas e as duplas brasileiras são favoritas. Dennys/Everaldo e José Marco/Paulo Emílio emergem como novos astros de um esporte que também encanta multidões no Nordeste. "Em qualquer esporte, se você tem organização, você tem retorno", ensina Vilella. (SSL)

Texto Anterior: Propaganda fez esporte deslanchar
Próximo Texto: Brasil divulga dois mundiais
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.