São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994
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Sessões são insondáveis para os leigos

DO ENVIADO ESPECIAL

Uma sessão do Congresso é tão misteriosa e insondável quanto um jogo de beisebol para um torcedor do Corinthians. O melhor assento para acompanhar o espetáculo fica no "aquário". Trata-se de um anel de vidro que circunda o plenário da Câmara. Daqui se tem uma visão panorâmica do jogo. Mas até os mais experientes jornalistas se perdem nas regras do jogo. Todos se falam para tentar desvendar o que se passa lá embaixo. Os deputados se acotovelam, roçam os ternos na disputa pelo microfone, obstruem e desobstruem o fluxo do tempo. O primeiro bloco da sessão, denominado "breves comentários", dura exatos 50 minutos. O suficiente para dispersar e descontrair o ambiente.
Delfim Netto, um dos mais procurados pelos caçadores de frases, tenta ajudar o repórter na difícil tarefa de entender o que se passa. "A assembléia é movida apenas pelas emoções. Se for para discutir um tema banal, todos os espíritos se libertam. Uma das maiores discussões parlamentares que eu presenciei aqui foi a dos oito dias de descanso para o papai depois do nascimento do bebê", revela do alto dos seus anos de experiência.

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