São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994
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Desfile é 'abre-alas' na carreira de modelos

PLÍNIO FRAGA
DA SUCURSAL DO RIO

O Carnaval é a maior vitrine para modelos e manequins em busca de fama. A regra número um é ser vista. Para isso, valem flertes, decotes ousados, nus e até tapas. A disputa começa pelas cobiçadas vagas de destaque em escolas de samba e pela restrita lista dos convidados de camarotes do Sambódromo do Rio, na esperança de que nem tudo se acabe na quarta-feira.
A carioca Valéria Valenssa, 23, estava indo ano passado para o terceiro Carnaval na Caprichosos de Pilares quando foi descoberta pela Globo, um mês antes dos desfiles. Vestida apenas com um tapa-sexo, o Valéria estrelou a vinheta globeleza e decolou rumo a uma carreira de atração de bailes e desfiles pelo interior que lhe rendem cerca de US$ 20 mil dólares por mês, segundo cálculos de agências.
Sucessos como o de Valéria podem ser a origem de atritos como, por exemplo, o das modelos Andréa Guerra e Denise Lima no ano passado. Trocaram tapas em plena avenida por um lugar de destaque no carro alegórico da Acadêmicos do Grande Rio, uma escola pequena mas que privilegia as mulheres de seios nus nos desfiles.
"Para uma modelo conseguir um contrato, quer dizer, ser 'bookada', não precisa falar com ninguém. Tem que ser apenas vista e impressionar. Daí a guerra das vaidades", analisa Babi Fontoura, 19, modelo da Ford, agência que embeleza os camarotes da Brahma com seu "cast".
"Bookar" é a tradução do que a maioria das modelos persegue no Carnaval. É um neologismo anglobrasileiro, cuja raiz está na bíblia das modelos, o "book", reunião de fotos dos melhores trabalhos de cada uma a partir dos quais são escolhidas para anúncios e desfiles.
"O Carnaval é a época em que mais trabalho", afirma Valéria Valenssa, hoje senhora Hans Donner –responsável pelos efeitos especiais da vinheta que a projetou. "Ano passado no camarote conheci o diretor de uma grande agência de Paris. Foi um contato superimportante", diz Fernanda Oliva, 20.

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