São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994 |
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"Samba-carimbó" agita ruas e bailes
ABNOR GONDIM
Todas as dez bandas contratadas para animar o Carnaval de rua são orientadas a tocar o ritmo nos bailes pré-carnavalescos. Uma das bandas contratadas pela prefeitura, a Banda Nova, aproveita a orientação da Comissão de Carnaval para consolidar o seu "samba-carimbó". Aurino Gonçalves, o Pinduca, 56, considerado o "rei do carimbó", batizou seus shows na danceteria Escápole como "Carinval". A Banda Nova lançou há três meses o primeiro CD de carimbó. As bandas Alternativa, Warilou e Fruta Quente dedicaram faixas de seus discos à música folclórica com novos arranjos. Para dançar o samba-carimbó, é preciso dançar o samba no pé e fazer movimentos alternados dos braços para cima e para baixo, segundo Raimundo Macedo, 32, arranjador da Banda Nova. "O contrabaixo e a percussão é de samba, mas a guitarra é de carimbó", afirma. Com o carinval, Pinduca garante que o ritmo não foi alterado. "Estamos apenas mostrando que o carimbó é um ritmo que pode entrar muito bem no meio de músicas tradicionais de Carnaval", afirma Stanley Quinto, 26, filho e músico da banda de Pinduca. A família acha que samba-carimbó "não tem nada a ver". As músicas mais conhecidas do carimbó são de autoria incerta, de músicos do interior do Estado e do próprio Pinduca. Falam de personagens típicos da Amazônia, como o pescador: "Pescador, pescador, como é que no mar não tem jacaré; pescador, pescador como foi que no mar não tem peixe-boi". O coordenador da Comissão de Carnaval da prefeitura, Luís Guilherme Pereira, diz que exigiu músicas paraenses, em especial o carimbó, das bandas contratadas. "A Bahia só criou um ritmo próprio, valorizando sua própria cultura. É isso que estamos fazendo", afirma. Texto Anterior: Brunet promete biquini sensual Próximo Texto: TV vai mostrar desfile ao vivo para todo o país Índice |
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