São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994
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Financiar em Nova York requer pressa

FERNANDA GODOY
DE NOVA YORK

O momento é bom para quem pretende investir em imóveis em Nova York. Após vários anos em baixa, o mercado imobiliário na cidade está em ascensão. Também estão subindo as taxas de juros para financiamento, o que significa que é bom se apressar. "É uma hora excelente para se comprar. E como não há muitas construções em andamento, a tendência de aumento deve se manter", disse Alan Rodgers, da imobiliária Douglas Elliman.
Basicamente, existem dois tipos de prédios residenciais com apartamentos à venda: os condomínios, semelhantes aos brasileiros, e as cooperativas (conhecidas como co-ops), onde o investidor compra ações. Os condomínios são os preferidos pelos investidores estrangeiros, porque as "co-ops" são muito exigentes na seleção dos compradores e restritivas quanto às possibilidades de aluguel ou sublocação.
Seleção
Nas "co-ops", o nome do interessado tem que ser aprovado por um conselho diretor, que exige um alto percentual "cash" e status social do candidato. "É como um clube e você corre o risco de levar bola preta", explica Guida de Carvalhosa, da Brown, Harris & Stevens, um dos maiores escritórios de corretagem da cidade.
A ilha de Manhattan é a parte da cidade preferida pelos investidores estrangeiros. É também a mais cara. O valor médio dos apartamentos em condomínios está na casa dos US$ 335 mil.
Segundo corretores, os estrangeiros geralmente optam pela compra de apartamentos de um ou dois dormitórios. No caso dos brasileiros, o imóvel mais procurado tem sido o sala-e-dois-quartos no quadrilátero entre as ruas 55 e 65 e as avenidas Lexington e 5.ª –uma das regiões mais caras de Nova York. O preço médio para esse tipo de apartamento é US$ 500 mil. A cidade registrou no ano passado um aumento de 20,7% no número de imóveis vendidos. Os preços, segundo imobiliárias, tiveram um reajuste médio de 9,3%. Um apartamento de um quarto custa em média de US$ 250 mil a US$ 400 mil.
Caso o investidor queira então alugar esse apartamento, pode conseguir US$ 5.000 ou US$ 6.000 por mês, mas tem que pagar as despesas de manutenção, em torno de US$ 1.000. Ao contrário do que acontece no Brasil, em Nova York é o proprietário quem paga as taxas de condomínio.
Garagem
A maioria dos prédios não tem garagem. Mesmo nos edifícios mais modernos, que têm garagem, a compra do apartamento não inclui vaga –é necessário alugá-la, por valores que variam entre US$ 300 e US$ 400 por mês.
Para conseguir financiamento, o comprador brasileiro geralmente precisa ter dinheiro investido em um banco norte-americano com agência no Brasil, como o Citibank, ou em uma agência em Nova York de um banco brasileiro. As taxas de juros, no momento, variam entre 3,8% (para financiamento em um ano) e 7,3% (para 30 anos). Com um bom crédito bancário, é possível financiar de 50 a 75% do valor do imóvel.

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