São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994
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Caranguejo; Opinião e democracia; Órfãos da Aids; Cara de pau

Caranguejo
"Parabenizo a Folha pelo brilhantismo com que vem colocando, para a sociedade, as questões nacionais. Ao se lembrar de comemorar os fatos que marcaram a nação, impõe respeito à luta do povo brasileiro. Lembro-me do amplo espaço aberto em comemoração aos dez anos das Diretas, no dia 25 de janeiro. Numa roda de amigos todo mundo falava, com saudades, das grandes passeatas, mobilizações e comícios de que participaram. A conversa das Diretas levou-nos a refletir o governo Montoro, que foi um dos grandes líderes desse movimento e que se conserva até hoje como um grande estadista. O primeiro editorial da Folha de 3/02 analisa o programa do PT como 'uma desastrosa volta ao passado' e o chama de 'PTerodáctilos'. Novamente em encontro com amigos, discutíamos como era possível um partido como o PT, que tem demonstrado comportamento ético, propor para a sociedade um programa 'caranguejo'. A informação está aproximando cada vez mais os povos e não existe mais lugar, no mundo, para sistemas fechados."
Hélio Amorim (São Paulo, SP)

Opinião e democracia
"Considero muito elogiável a defesa que a ombudsman Junia Nogueira de Sá fez do direito de Carlos Heitor Cony manifestar sua opinião no espaço que lhe cabe, na pág. 2 deste jornal. As qualidades públicas e notórias do colunista bastam para justificar o referido espaço. Mas há algo que gostaria de acrescentar: na condição de jornalista, me regozijo com o fato de um jornal importante como a Folha abrir espaço para o talento, a experiência, o equilíbrio e a sensatez de um homem como Cony, que tem uma respeitável biografia em nossa profissão. Num momento como este, no qual a hipocrisia se associa à ignorância e o ressentimento se alia à covardia, formando um ambiente perigoso para a prática de uma democracia frágil como a nossa, creio ser lícito (mais do que isso, necessário), louvar a coragem do jornal e do jornalista em iluminar alguns pontos obscuros do cotidiano e da história. Parabéns, portanto, a ambos."
José Nêumanne, jornalista e escritor (São Paulo, SP)
*
"Quero manifestar a minha grata satisfação ao ler o ponto de vista sincero e preciso da ombudsman no tocante ao direito de ter opinião, onde a mesma apresenta uma defesa incontestável deste princípio democrático. Concordo plenamente com o citado na pág. 20 do 'Novo Manual da Redação' deste jornal, reproduzido por esta profissional em sua coluna de 30/01."
José Luiz de Almeida (Santos, SP)

Orfãos da Aids
"O editorial de 30/01 refere-se à necessidade de redução de imposto sobre preservativo e a incapacidade do governo de tomar qualquer medida no sentido de minimizar a incidência cada vez maior da Aids. Cabe, todavia, um reparo, uma vez que o ministro da Saúde encaminhou, no início de 1993, proposta da dra. Lair Guerra nesse sentido ao Ministério da Fazenda. O Legislativo também ofereceu sua contribuição, através do senador Eduardo Suplicy que, pessoalmente, solicitou ao ministro Fernando Henrique maior rapidez no exame da proposta do Ministério da Saúde. Particularmente, em duas oportunidades abordei o assunto com o ministro Fernando Henrique, que se mostrou favorável a que alguma ação seja implementada. A questão da Aids é grave tanto para a parcela da população que padece da doença quanto para o futuro dos recursos da nação, isso considerando os custos do tratamento e das centenas de órfãos que advirão. Existe unanimidade com relação à gravidade da situação; fica, entretanto, a pergunta: quando será adotada uma ação concreta?"
Marta Suplicy, do Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual (São Paulo, SP)

Cara de pau
"É inacreditável a cara de pau do sr. Lula com suas declarações de que 'nenhuma criança em idade escolar ficará de fora da escola, nenhuma pessoa vai se deitar sem ter feito três refeições ao dia e faremos a reforma agrária doa a quem doer, chore quem chorar'. Aqui no Brasil, sr. Lula, país que tanto o sr. como seus ilustres parceiros de luta pela Presidência fingem desconhecer, esta realidade está muito distante, e não há partido que mude este mapa."
Luiz Edgard Bueno (Londrina, PR)

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