São Paulo, segunda-feira, 7 de fevereiro de 1994
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VESTIBULAR DO VÔLEI

MARIA LUÍSA CAVALCANTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de ver a seleção brasileira ser campeã da Olimpíada de Barcelona em 1992 e da Liga Mundial em 1993, muitos adolescentes passaram a incluir o vôlei em sua lista de possíveis profissões. Foi tentando realizar essa vontade que cerca de 3.000 deles se inscreveram para disputar uma vaga nos times do Banespa, um dos mais importantes clubes do Brasil.
O clima era o mesmo de um dia de primeira fase da Fuvest: tensão, pais torcendo, expectativa e frustração. Na fila, candidatos experientes esperavam a sua vez junto com iniciantes. "Jogo brincando na praia, mas acho que tenho chance", disse o estudante Togas Taterka, 12, que não perdeu a chance de dar uma palavrinha com Gustavo Enderss, 18, do time juvenil.
Como no vestibular, a grande maioria dos candidatos foi eliminada depois da primeira bateria de testes, que incluiu a parte física e a avaliação do desempenho com a bola.
Foi o que aconteceu com o estudante Marcelo Roberti, 14, dispensado no primeiro dia da seleção. "A gente sempre fica chateado, mas aqui tem um monte de caras mais altos, que jogam melhor", explica.
Os técnicos do clube garantem que é possível perceber um craque de longe. "Só de ver como o cara pega a bola a gente já nota que o garoto é bom", conta Antonio Branco Filho, 52, coordenador e técnico dos times mirim e infantil masculinos. Mas o talento tem que vir junto com a aptidão e o preparo físico. "Não adianta o cara ser baixo ou gordo", explica.
Outro fator que chama a atenção dos técnicos é a adequação da altura com a idade do candidato. Sabe-se que os adolescentes que ainda não entraram na puberdade (menstruação e desenvolvimento dos seios para meninas e crescimento dos pelos para meninos, por exemplo) tendem a crescer mais. Por isso, os clubes apostam neles.
Depois de passar pela grande "peneira", os candidatos selecionados foram submetidos a testes individuais e coletivos, onde a forma de jogar é examinada com mais atenção (veja quadro ao lado). Nessa hora, até a roupa conta. "A gente percebe se a pessoa não sabe se vestir como atleta", revela Luís Maurício Campos, 29, técnico do infantil e infanto-juvenil feminino do clube.
Quem perdeu ou não passou na seleção do Banespa pode se inscrever para os testes do Palmeiras, que acontecem este mês no Parque Antarctica, mas só para meninos. Para os nascidos entre 1974 e 1978, a seleção rola de hoje a quinta, das 13h às 16h ou das 19h às 22h. Quem nasceu em 1979 faz teste no dia 21, das 8h às 10h ou das 19h às 21h. O pessoal de 1980 a 1982 participa no dia 28, das 8h às 10h ou das 19h às 21h.

PARQUE ANTARCTICA - rua Turiassu, 1.840, Pompéia (zona oeste de São Paulo). Tel. (011) 263-6344, ramal 268. Procurar pelo departamento de vôlei do Palmeiras.

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