São Paulo, quarta-feira, 9 de fevereiro de 1994
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Hargreaves é reintegrado com festa e se envolve nas negociações do plano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com brindes de champanhe francês e em ritmo de festa, Henrique Hargreaves reintegrou-se ontem à equipe do presidente Itamar Franco. Ele volta ao comando do Gabinete Civil da Presidência. "É muito bom e é motivo de alegria constatar que deu tudo certo", desabafou o ministro no Congresso já atuando como negociador do Plano FHC. Hargreaves se afastou do ministério no momento em que teve seu nome envolvido nas investigações da CPI do Orçamento.
Depois de tomar posse sozinho com o presidente no Palácio da Alvorada, o ministro patrocinou uma das mais festivas cerimônias vistas no Planalto nos últimos meses. Suas secretárias se cotizaram e serviram 17 garrafas de champanhe "François Montand" –CR$ 8.050 a unidade. Elas fizeram questão de mostrar as notas fiscais. "Nada de dinheiro do governo", destacou uma delas.
A festa não teve a participação de Itamar porque ele ficou de repouso no Alvorada por causa de uma intoxicação alimentar, mas Hargreaves foi recebido por todo o ministério. Também participaram da cerimônia os presidentes da Câmara, Inocêncio de Oliveira (PFL-PE), e do Senado, Humberto Lucena (PMDB-PB).
Hargreaves estava acompanhado do secretário-geral da Presidência, Mauro Durante. Foi Itamar quem decidiu, segundo Durante, manter a cerimônia de cumprimentos, apesar de não estar presente.
Durante fez um discurso rápido onde afirmou que o retorno de Hargreaves ao governo era "antes de tudo o reconhecimento da grandeza da nossa democracia e do nosso estado de direito". Ele afirmou, ainda, que o chefe da Casa Civil se incorpora ao governo em um momento de dificuldade, referindo-se à votação do FSE.
Também compareceram o governador de Santa Catarina, Vilson Kleinubing (PFL), o ex-ministro José Eduardo de Andrade Vieira (PTB-PR), o presidente da Telerj, José de Castro, além dos deputados Roberto Cardoso Alves (PTB-SP) e Luiz Salomão (PDT-RJ), membro da CPI do Orçamento.
Após o brinde no Planalto, foi a vez da comemoração no Congresso. Não podendo dar dois passos sem receber abraços ou distribuir beijos, Hargreaves acabou sentando à mesa com parlamentares. "É só conversar", ensinava o ministro, lembrando que esse pode ter sido o problema que levou o governo a algumas derrotas recentemente no Congresso.
O ministro disse que ainda esperava orientação do presidente para negociar as medidas de interesse do governo. Para demonstrar sua confiança na aprovação do FSE, ele afirmou que o "Congresso nunca faltou com o país quando necessário" e justificou a derrota do aumento de impostos para pessoa jurídica dizendo que "nada acontece por acaso".

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