São Paulo, quarta-feira, 9 de fevereiro de 1994
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Lula vê relação entre FHC e governos militares

ABNOR GONDIM
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O virtual candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou anteontem o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, por ter afirmado, em pronunciamento na televisão, que negociou o seu plano econômico com o Congresso Nacional.
"Ele agiu como se fazia nos governos militares", disse, afirmando que nem os líderes do governo no Congresso, Pedro Simon (PMDB-RS) e Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), conheciam o plano na época em que foi lançado. "Agora que arquem com as consequências", afirmou.
Mínimo
Lula não assistiu ao pronunciamento do ministro, no último dia da viagem de 14 dias pela Amazônia. Mas afirmou lamentar que o governo pretenda fixar o salário mínimo em URV (Unidade Real de Valor), apesar de essa remuneração corresponder hoje a apenas US$ 70.
Ele disse achar um absurdo que o Plano FHC repita erros de planos anteriores, com a fixação dos salário pela média dos últimos meses e dos preços pelo pico deste mês. "A gente nunca poderia imaginar que isso iria acontecer, com o Walter Barelli no Ministério do Trabalho e com o Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda."
Quércia
Lula disse achar que o lançamento da candidatura do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB) dificulta as chances de aliança do PMDB com o PSDB. "O PSDB surgiu por causa do quercismo e agora é muito estranho que vá se juntar ao PMDB para apoiar a candidatura de Quércia", disse. Acha que o mesmo problema inviabiliza uma aliança entre o PPR e o PFL. "Ora, o PFL surgiu por causa do Maluf", disse.

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