São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994
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Pressão da França possibilitou o ultimato

FERNANDA SCALZO
DE PARIS

Com o maior contingente de soldados nas tropas da ONU na Bósnia (cerca de 4.000 homens), a França tomou a dianteira na determinação de intervir, militarmente se necessário, na guerra. Depois de convencer os Estados Unidos, a França conseguiu produzir e aprovar o primeiro texto franco-americano na Otan: o do ultimato de dez dias imposto aos sérvios na Bósnia.
A resolução do governo francês de levar adiante um plano de intervenção, projeto denominado "Sarajevo D'abord" (Sarajevo antes de tudo), tem o apoio de todos os partidos políticos, exceto do Partido Comunista Francês e do Front National (Frente Nacional), de extrema direita. O Partido Socialista, principal oposição ao governo, considerou a decisão "sábia". Uma pesquisa do Ipsos para a revista "Le Point" informa que nada menos que 70% da população francesa apóia um eventual bombardeio de soldados da Otan contra as posições sérvias.
O ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, e o ministro da Defesa, François Léotard, estiveram ontem em Sarajevo (capital bósnia) para reforçar a determinação dos países ocidentais em fazer respeitar o ultimato da Otan e acabar com o cerco sérvio à cidade, que já dura 22 meses.
"A primeira mensagem que trago aqui é a determinação da França a fazer com que esta decisão seja aplicada. Não é um documento, um papel, é um compromisso solene assumido pelos 16 países da aliança atlântica", disse Juppé. Os dois ministros franceses visitaram o local onde 68 pessoas morreram no sábado passado em um bombardeio.
Ontem, sob ordem do presidente François Mitterrand, o porta-aviões francês Foch deixou o porto de Toulon em direção à costa adriática. O Foch, equipado com helicópteros e aviões, tem como missão garantir a segurança dos soldados franceses na Bósnia.

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