São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 1994 |
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Máquinas congelam, contam e separam células
MARCELO LEITE
Sally Mizukami, 33, por exemplo, ganhou uma bolsa da Fundação José Carreras –o cantor de ópera, que tinha leucemia e recebeu um transplante de medula– para especializar-se em Seattle (Estado de Washington, noroeste dos EUA). Ela chefia o setor de criopreservação, em que a estrela é o congelamento de células-mãe controlado por computador. A bolsa com as células obtidas do interior dos ossos vai sendo resfriada à razão de 1ºC por minuto, até -80ºC. Na faixa crítica dos -6ºC/-8ºC, as células reagem liberando calor próprio e correm o risco de se romper. Sensores informam ao computador que a temperatura da bolsa não está acompanhando a da câmara e ele emite uma ordem de injeção de mais nitrogênio líquido, para compensar o calor emitido pelas células. No laboratório de imunopatologia, Neusa Melo, 36, opera o separador de células ativado por fluorescência –um aparelho tão complicado quanto seu nome. Ele permite contar e identificar as células do sangue que passam, uma a uma, por um finíssimo duto. Iluminadas por um feixe de laser azul, elas refletem a luz de modo peculiar, informação que é coletada e estatisticamente tratada por computador –o que permite refinar o diagnóstico de deficiências do sistema imunológico. Só existe no Brasil mais uma máquina como essa, no Instituto de Química da USP, onde é usada para pesquisa. O que as diferencia de equipamentos semelhantes é a capacidade não só de contar as células, mas também de separá-las em recipientes diversos. (ML) Texto Anterior: Fundação Pró-Sangue desconhece crise Próximo Texto: País gasta US$ 100 mi para importar albumina Índice |
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