São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 1994
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País gasta US$ 100 mi para importar albumina

DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo o presidente da Fundação Pró-Sangue e professor-titular de hematologia da Faculdade de Medicina da USP, Dalton Chamone, o Brasil importa anualmente o equivalente a US$ 100 milhões de albumina (2,5 milhões de frascos de 50 ml). A produção da unidade-piloto instalada no complexo do Hospital das Clínicas é de apenas 15 mil frascos anuais.
Chamone, que acaba de ser confirmado no cargo de presidente da fundação por mais quatro anos, pretende ampliar a fábrica de albumina em um terreno junto ao Instituto Butantan (zona oeste de São Paulo). A idéia, diz o presidente da Pró-Sangue, é atender metade da demanda nacional, o que permitiria uma economia de US$ 50 milhões anuais. "O domínio dessa tecnologia de ponta é estratégico", afirma Chamone.
O elevado grau de pureza obtido na atual linha de produção, da ordem de 99,3%, se deve ao método usado, a cromatografia. Esta tem, porém, a desvantagem de ficar restrita ao processamento de pequenos volumes –no caso da Pró-Sangue, lotes semanais de cem litros de plasma.
Também está nos planos da diretoria da Fundação Pró-Sangue iniciar, ainda este ano, a produção dos fatores de coagulação 8 e 9. Com a fabricação destas substâncias vitais para tratamento de hemofílicos, ficaria completo o ciclo de hemoderivados. Segundo Chamone, o centro já dispõe de tecnologia para iniciá-la.
Outro projeto que começa a dar os primeiros passos é o Banco de Medula Óssea, criado há um ano. Trata-se de um banco de dados com informações sobre possíveis doadores, que por enquanto tem apenas cerca de 500 nomes. Para que possa ajudar de fato a encontrar doadores para os 60% de pacientes de transplantes de medula que não podem recebê-la de parentes, por falta de compatibilidade, precisa de pelo menos 20 mil resultados de exames catalogados, número que só deve ser alcançado no final de 1995.

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