São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Juiz adia o fim da polêmica dos Jogos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Foi novamente adiada uma decisão quanto à participação da patinadora norte-americana Tonya Harding nos Jogos de Lillehammer. Com isso, a Olimpíada de Inverno, aberta ontem, continua ofuscada pelo destaque dado ao atentado contra Nancy Kerrigan.
O juiz Patrick Gilroy, de Oregon City (EUA), transferiu para amanhã, pelo menos, sua decisão quanto ao pedido de Tonya para impedir que o Comitê Olímpico dos EUA a exclua da Olimpíada. Por sua vez, o Comitê adiou de terça para sexta-feira a audiência em que a decisão será tomada, em Oslo, capital da Noruega.
Gilroy disse que "os aspectos envolvidos nesse caso são muito complexos e é particularmente difícil resolvê-lo instantaneamente". Ele solicitou que os advogados das duas partes (Tonya e o Comitê) continuem a negociar um acordo. Com isso, a polêmica que vem prejudicando a própria concentração da equipe norte-americana tem seu fim mais uma vez adiado. A prova de patinação feminina será dia 23. O Comitê Olímpico dos EUA tem até o dia 21 para apresentar sua lista de inscritos.
Tonya é acusada de ter planejado o atentado cometido em janeiro contra sua rival Nancy Kerrigan, atingida no joelho direito com uma barra de ferro. Quatro pessoas, entre elas o ex-marido de Tonya, Jeff Gillooly, foram presas desde então. Gillooly e um guarda-costas da patinadora, Shawn Eckardt, implicaram Tonya no ataque. A própria Tonya admitiu ter tomado conhecimento da identidade dos agressores, mas que não os denunciou à polícia. A Associação de Patinação dos EUA julgou que ela violara a ética esportiva. Baseado nisso, o Comitê Olímpico dos EUA ameaça exclui-la da equipe em Lillehammer.
A cerimônia
Para hoje estão previstas finais de várias disciplinas, entre elas a descida do esqui alpino, em Kvitfjell, com a presença do brasileiro Lothar Munder, único representante do Brasil nos Jogos. A prova está marcada para 8h, horário de Brasília. Haverá ainda uma final do esqui nórdico feminino (15 km), em Lillehammer, e uma de patinação de velocidade (5.000 m para homens, em Hamar).
Espera-se, durante os Jogos de Lillehammer, uma chuva de medalhas da Noruega, que se prepararou como nunca para fazer jus à tradição de bons resultados na neve. Até os Jogos de 1956, os noruegueses tinham a supremacia nos esportes de inverno. Entraram em decadência nos anos 70. Na Olimpíada de Calgary, em 1988, pela primeira vez o país não obteve nenhuma medalha de ouro.
Desta vez, no entanto, os noruegueses contam com estrelas como Kjetil Andre Aamodt, líder da Copa do Mundo de esqui alpino; Espen Bredesen, líder da Copa do Mundo de salto; Johann Olav Koss, recordista mundial na patinação de velocidade; e Vegard Ulvang, que ganhou três medalhas de ouro no esqui de fundo nos Jogos de Albertville, em 92.
Os países que sediam os Jogos Olímpicos sempre conseguem melhorar seu total de medalhas. Foi assim com a França, que pulou de duas em 1988 para nove em Albertville, e com a Espanha, que passou de quatro medalhas de ouro nos Jogos de Verão de Seul para 13 em Barcelona, 1992.

Texto Anterior: Como posso esquecer um time desses?
Próximo Texto: Bjorn Borg e Mats Wilander são suspeitos de fraudar o fisco sueco
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.